A estrela de Hollywood se tornou símbolo flapper e sexual durante a década de 20
Victória Gearini Publicado em 19/04/2020, às 14h38
Mary Louise Brooks foi uma das maiores artistas norte-americanas dos anos 20, sendo consagrada como atriz, modelo e dançarina. Nesta mesma época se tornou símbolo flapper e sexual, por lançar a moda do corte de cabelo liso e curto. Entre suas produções estão os clássicos Europa: A Caixa de Pandora (1929), Diário de Uma Garota Perdida (1929) e Miss Europe (1930).
Nascida no dia 14 de novembro de 1906, Louise Brooks começou sua carreira artística ainda na infância, estrelando aos quatros anos de idade os palcos de teatros locais, como dançarina mirim. Filha do advogado Leonard Porter Brooks com a artista Myra Rude, Louise foi criada de forma livre, pois seus pais eram pessoas ocupadas. Ainda na infância, a atriz foi abusada sexualmente por um vizinho, quando tinha apenas nove anos de idade.
Por muito tempo, Louise permaneceu em silêncio sobre a violência, até que anos mais tarde contou a sua mãe, que ao invés de denunciar o crime, sugeriu que a filha teria “provocado” o agressor, e a responsabilizou, ainda, pelo o ato. Tal fato acarretou em inúmeros problemas pessoais na vida de Louise, que pouco antes de sua morte revelou que não conseguia sentir prazer sexual com homens gentis e disse, ainda, que nunca havia se apaixonado.
Após as agressões, a artista foi em busca dos seus sonhos de se tornar uma estrela de Hollywood. Devido ao sucesso, Louise Brooks foi convidada, mais tarde, para estrelar filmes internacionais, entre eles Europa: A Caixa de Pandora (1929), Diário de Uma Garota Perdida (1929) e Miss Europe (1930), nos quais interpretou as personagens principais. Ao todo, a atriz estrelou 17 filmes mudos e oito filmes não-mudos, que a consagraram como um dos maiores ícones da década de 20.
Símbolo sexual e flapper, a atriz influenciou, ainda, na moda, devido ao seu corte de cabelo liso e curto. Sensual e atraente, a estrela era adepta ao sexo casual e acreditava em toda forma de amar, motivo pelo o qual se envolveu com inúmeras mulheres. No entanto, os abusos sofridos na infância, lhe causaram problemas profundos, que acarretaram no alcoolismo, com apenas 14 anos de idade. Tal fato lhe assombrou até a fase adulta.
Durante o verão de 1926, Brooks casou-se com Eddie Sutherland, um diretor de cinema, mas o casamento foi abalado por George Preston Marshall — dono de uma cadeia de lavanderias e do time de futebol Washington Redskins. Brooks teria se apaixonado à primeira vista pelo o homem, em 1927, até que um ano depois se divorciou de Sutherland.
Anos mais tarde, ela se casou com o milionário Deering Davis, mas o relacionamento durou apenas cinco meses. George Preston Marshall, por sua vez, não quis casar com a atriz, alegando que ela teria o traído com outras pessoas, fato que abalou Brooks. Embora tenha sido casada duas vezes e tenha tido inúmeros relacionamentos amorosos, nunca teve filhos.
Já em seus últimos dias de vida, Louise sofria de artrite deformante e enfisema, até que no dia 8 de agosto de 1985, aos 78 anos de idade, veio a falecer, em Nova York. O corpo da atriz foi encontrada em sua casa, após ela sofrer um ataque cardíaco. Atualmente Louise Brooks está enterrada no Holy Sepulchre Cemetery, na cidade de Rochester, em Nova York.
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