Por meio de uma linguagem irônica e sarcástica, o precurso do Realismo no Brasil abordava o racismo estrutural de sua época
Victória Gearini Publicado em 28/01/2020, às 19h00
1. Memórias Póstumas De Brás Cubas – Edição Exclusiva Amazon, de Machado de Assis (2019)
Machado de Assis é um dos principais autores do Realismo no Brasil, e suas obras criticavam a sociedade escravocrata da época. Em Memórias Póstumas de Brás Cubas, é possível perceber isso no capítulo LXVIII, O Vergalho. O autor retrata a submissão de Prudêncio, ex-escravo de Brás Cubas, que ao ser flagrado agredindo outro homem negro, acata as ordens de seu antigo senhor. A intenção de Machado de Assis é mostrar como os reflexos da escravidão perduraram na vida dos negros.
2. Bons Dias!, de Machado de Assis (2008)
Lançada após a promulgação da Lei Áurea e sob um pseudônimo, a crônica Abolição e Liberdade foi publicada na coluna Bons Dias!, de Machado de Assis. Na obra, o autor apresenta de forma sarcástica sua opinião sobre a abolição da escravidão no Brasil. Segundo o escritor, a carta de alforria foi ilusória, uma vez que os negros continuaram em condições de exploração e miséria.
3. Relíquias de Casa Velha, de Machado de Assis (2014)
O conto Pai contra Mãe, presente na obra Relíquias de Casa Velha, retrata a perseguição de escravos foragidos, em que pessoas eram pagas para capturá-los. A trama se baseia na história de Cândido Neves que se vê desempregado e prestes a perder a guarda de seus filhos. Para arrumar dinheiro, começa a trabalhar capturando escravos. Nesta obra, o autor critica a forma como a sociedade tratar os negros e a desigualdade social.
4. Memorial De Aires, de Machado de Assis (2000)
Considerado um romance de caráter psicológico, o livro Memorial de Aires aborda temas polêmicos, como a sociedade racista e as conflituosas relações amorosas. Com caráter autobiográfico, a obra apresenta, ainda, a vida de um diplomata idoso e das pessoas que conheceu ao longo de sua trajetória.
5. Quincas Borba, de Machado de Assis (2015)
Quincas Borba critica os costumes e a filosofia da época, além de ser uma paródia do cientificismo e evolucionismo. O romance, assim como os outros, aborda questões sociais da época, a partir das fictícias teorias Humanitistas do personagem principal, o filósofo Quincas Borba .
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