Considerada improvável por jornalistas e especialistas, o testemunho da jovem ainda comove aqueles que leem sua obra
Paulo Marinho Publicado em 04/04/2022, às 18h30 - Atualizado em 01/07/2022, às 17h45
A ativista de direitos humanos Yeonmi Park, é uma das mulheres com uma história de vida impressionante e de muita luta pela vida e liberdade. Nascida em 4 de outubro de 1993, a jovem conseguiu fugir da Coreia do Norte em 2007, sendo guiada, juntamente à sua mãe, por guias ilegais que auxiliaram na fuga de norte-coreanos para a China. Em uma das lembranças, Park afirma:
Na noite fria e escura de 31 de março de 2007, minha mãe e eu descemos a ribanceira íngreme e rochosa do rio Yalu congelado, que divide a Coreia do Norte e a China. Havia patrulhas acima e abaixo de nós e postos de guarda
Foi durante o colapso econômico da Coreia do Norte, nos anos 1990, que o pai de Park foi enviado para um dos campos de trabalho forçado por se envolver no mercado ilegal e contrabando de metais. Sua família começou a enfrentar a fome comendo, em muitas das vezes, plantas selvagens por falta de comida.
Ainda muito jovem, sua opinião sobre a Dinastia Kim mudou ao assistir, ilegalmente, o filme Titanic de 1997, onde sentiu a verdadeira força pela sobrevivência e o real interesse pelo amor transmitido no filme, que lhe deu o “gosto de liberdade”, como ela mesma descreve. Em sua juventude, Park considerava normal o fato de seus vizinhos desaparecerem de repente, além de possuir a crença de que o líder de seu país conseguia ler seus pensamentos e saber cada palavra ou ação que se passasse em sua mente.
Após conseguir fugir para a China, viveu no país secretamente até janeiro de 2008. Seu pai faleceu aos 45 anos de idade, e para manter a família em segurança, teve de ser enterrado no solo de uma montanha próxima do local em que estavam morando. A partir desta nova fase em suas vidas, Park e sua mãe conseguiram fugir em direção à Coreia do Sul através da Mongólia.
Ambas passaram por dificuldades até chegar, com êxito, em seu destino final na Coreia do Sul, onde encontraram trabalho como assistentes de loja e garçonete, além de Park ingressar na Universidade Dongguk, em Seoul.
Toda a luta e a história de Yeonmi Park por sua vida, está no livro “Para Poder Viver: A Jornada de Uma Garota Norte-Coreana Para a Liberdade”, lançado pela Editora Companhia das Letras, e o leitor pode acompanhar a cada página sua infância no país conhecido por sua opressão e isolamento do restante do mundo.
6 livros para dormir com a luz acesa no Halloween
Incidente do Passo Dyatlov: o mistério por trás da morte dos esquiadores russos
Stephen King: Recomendamos 8 obras para conhecer o mestre do terror
Conheça 8 obras que contam os comoventes relatos de sobreviventes do holocausto
Dia Nacional do Livro: 8 indicações de obras contemporâneas
A verdadeira e sombria história de Pinóquio que deu origem à animação da Disney