"A única mulher", de Marie Benedict, revela a trajetória completa da atriz que fez a primeira cena de orgasmo do cinema e contribuiu para invenção do Wi-Fi
Victória Gearini Publicado em 11/10/2022, às 13h50
Hedy Lamarr é considerada, até hoje, um dos maiores ícones de Hollywood. Ilustre atriz dos dos anos de ouro do cinema estadunidense, Lamarr revolucionou os meios de comunicação com suas inovações, proporcionando o desenvolvimento do Wi-Fi e da telefonia. Além de cientista, trabalhou como atriz, se consagrando em produções hollywoodianas, após ser a pioneira em cenas de orgasmo feminino.
Lançada pela Editora Planeta, a obra A única mulher, da especialista em História da Arte pela Boston College, Marie Benedict, apresenta a trajetória completa de uma das figuras mais importantes do século 20. A autora revela, ainda, como Lamarr, de origem judia, usou sua posição na sociedade para ajudar a salvar sua família de perseguidores nazistas.
“Nós seguramos um pedaço da história das mulheres todos os dias. Não digo isso em um sentido metafórico, mas bem literal. Todo dia, praticamente, todos nós seguramos um pedaço de história criado — indiretamente — por Hedy Lamarr. (...) Se o trabalho de Hedy em tecnologia de espalhamento espectral foi propositadamente desconsiderado ou inconscientemente esquecido, parece que embutidas nesse lapso estavam concepções erradas sobre suas habilidades — sobre todas as mulheres, na verdade”, escreveu Marie Benedict.
Casada com Friedrich Mandl — um fabricante de armas — Lamarr viu seu primeiro marido ao lado de Hitler, sendo até mesmo considerado amigo de Mussolini. Durante a Segunda Guerra Mundial, Lamarr conviveu com a alta cúpula do regime nazista, até que conseguiu fugir para os Estados Unidos.
No território estadunidense Lamarr tornou-se a primeira estrela de Hollywood, e pouco tempo depois, ingressou na Ciência. Como cientista, foi responsável por inventar uma tecnologia de grande valor, que mais tarde originou o Wi-Fi.
“Suposições errôneas sobre a capacidade das mulheres, derivando em parte dos papéis a que foram relegadas, levaram muitos a pensar de um jeito restrito sobre o modo como o passado foi moldado. A não ser que comecemos a ver as mulheres históricas através de uma lente mais ampla e inclusiva — e a reescrevê-las na narrativa — , continuaremos vendo o passado de modo mais restritivo do que provavelmente era, e arriscamos carregar essas perspectivas no presente”, disse Marie Benedict.
Disponível na Amazon, a obra A única mulher, revisita de maneira memorável a trajetória completa de Hedy Lamarr, a partir de uma nova perspectiva: a importância do papel social das mulheres ao longo da História.
Confira um trecho disponível da obra A única mulher (2020):
“Minha pálpebras tremularam e se abriram, então os holofotes me cegaram por um momento. Apoiando a mão discretamente no braço do meu colega de cena para me firmemente ostentada durante a performance deslizou por um momento, e deixei de ser Elizabeth, imperatriz da Bavária no século XIX, para voltar a ser simplesmente a jovem Hedy Lamarr.
Eu não podia permitir que os espectadores do famoso Theater an der Wien me vissem vacilar na atuação da amada imperatriz da cidade, nem mesmo durante os agradecimentos. Ela fora o emblema da gloriosa Áustria dos Habsburgo, um império que perdurara por quase quatrocentos anos, e as pessoas tinham se agarrado a sua imagem naqueles dias humilhantes depois da Grande Guerra”.
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