Antes de ser encontrado em 2020, o baú contendo parte da fortuna do ex-piloto gerou inúmeros incidentes
Victória Gearini Publicado em 03/07/2020, às 08h27 - Atualizado em 08/02/2022, às 13h00
O intrigante tesouro de Forrest Fenn continha ouro e joias deste negociante de arte, que em 2010 o enterrou nas Montanhas Rochosas, nos Estados Unidos. Após anos de busca, a preciosidade foi descoberto em junho deste ano, colocando um fim nas buscas que geraram inúmeros acidentes, infrações e mortes.
Forrest Fenn foi um piloto da Força Aérea dos Estados Unidos, que obteve a patente de Major, após servir ao exército estadunidense durante a Guerra do Vietnã, onde realizou 328 missões ao longo de um ano. Após se aposentar da Força Aérea, o piloto dirigiu a Galeria Arrowsmith-Fenn, ao lado de seu colega Rex Arrowsmith.
Localizada em Santa Fé, no Novo México, a galeria foi responsável por vender uma variedade de artefatos, pinturas, esculturas de bronze e artes indígenas. Com um lucro alto, o local chegava a arrecadar US$ 6 milhões por ano.
No ano de 1988, Fenn foi diagnosticado com um câncer terminal. Tal fato lhe deixou devastado e o motivou a montar um baú contendo toda a sua herança, com o objetivo de criar uma pesquisa pública sobre ele. No entanto, Fenn se recuperou da doença e somente em 2010 decidiu enterrar as relíquias. No mesmo ano publicou a obra The Thrill of the Chase: A Memoir, que tornou-se uma espécie de guia para uma caça ao tesouro.
Contendo uma quantia avaliada em 1 milhão de dólares, a caça ao tesouro gerou inúmeras infrações de pessoas que ultrapassaram os limites para encontrar a preciosidade. Em abril de 2014, guardas florestais prenderam Darrel Seller e Christy Strawn após acamparem sem permissão e iniciar um pequeno incêndio, segundo as autoridades o casal estava em busca do tesouro.
Ao longo dos anos, outros casos ganharam os holofotes, como Robert Miller, que foi preso em flagrante por tentativa de roubo e invasão à propriedade privada em outubro de 2018. Segundo a polícia, o homem teria invadido a casa de Fenn em busca do ouro.
No entanto, outras buscas resultaram na morte de cinco pessoas. A primeira vítima fatal foi Randy Bilyeu, que desapareceu em janeiro de 2016 e foi encontrado em julho do mesmo, no Rio Grande. Na época, a autópsia não determinou a causa da morte. Já em 2017, Jeff Murphy foi encontrado morto no Parque Nacional de Yellowstone, após cair de uma altura de 150 metros.
No mesmo ano, o pastor Paris Wallace avisou à sua família que partiria em busca de um tesouro. Seu corpo foi encontrado entre 8 e 11,3 km, dentro d’água, ao longo do Rio Grande. Pouco tempo depois, Eric Ashby foi encontrado morto no rio Arkansas, também após se aventurar nesta caçada. Por fim a última vítima foi Michael Wayne Sexson, que foi encontrado morto pela equipe de resgate no dia 21 de março de 2020.
O anúncio da descoberta foi feito em junho deste ano, pelo próprio Forrest Fenn. Após anos de caça ao tesouro, o escritor, hoje com 89 anos, pôde ver a quantia finalmente receber um dono. Segundo o Fenn, o sortudo seguiu as dicas presentes em um dos poemas da obra.
Fenn disse, ainda, que o baú estava da mesma forma que ele havia deixado em 2010. "Estava sob um dossel de estrelas na exuberante vegetação florestal das Montanhas Rochosas e não havia se mudado do local onde eu a escondi há mais de dez anos", escreveu o escritor no anúncio da descoberta.
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