Em 1996, um reparador de estátuas da Holanda percebeu que um pedido que recebeu escondia um segredo bastante obscuro; confira!
Éric Moreira Publicado em 14/04/2024, às 12h00 - Atualizado em 18/04/2024, às 07h12
Em 1996, um restaurador de estátuas holandês fez uma descoberta bastante impressionante e inusitada. Em uma estátua chinesa de papel machê, representando um Buda sentado na posição de lótus, ele encontrou os restos mumificados de um monge budista que teria vivido há quase mil anos.
Conforme Vincent van Vilsteren, curador de arqueologia do Museu Drents, na Holanda, a múmia pertenceu possivelmente a uma figura respeitada que, após sua morte, foi até mesmo adorado, como se tivesse se tornado um ser iluminado. Por isso, foi preservado e mantido numa estátua.
Com as dimensões aproximadas de um ser humano comum — hoje por razões óbvias —, a estátua é feita em papel machê e representa um Buda sentado na posição de lótus, revestida de laca e tinta dourada.
Provavelmente, esteve em algum mosteiro do sudeste da China durante séculos, mas teria sido retirada do país durante a Revolução Cultural, período de efervescência social da China, iniciado em 1966.
Passando de dono em dono, a estátua foi comprada em 1996 na Holanda e, após adquiri-la, o proprietário decidiu contatar um restaurador para consertar suas lascas e rachaduras, que manchavam a pintura dourada.
Foi assim que o restaurador, após remover a estátua de sua plataforma de madeira, notou duas almofadas estampadas com um texto em chinês sob os joelhos da estátua. Quando os retirou, surpreendeu-se ao descobrir os restos humanos no interior.
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Após a descoberta, a estátua foi enviada para pesquisas mais aprofundadas. A partir de uma análise de isótopos radioativos de carbono, foi determinado que aquele homem no interior viveu entre os séculos 11 e 12.
Anos depois, em 2013, uma tomografia computadorizada foi realizada no Hospital Universitário de Mannheim, na Alemanha, e os restos mortais puderam ser melhor visualizados.
Já o texto encontrado junto à múmia, segundo o Live Science, sugere que seria um monge de grande importância chamado Liuquan. Ele pertenceu à Escola Chinesa de Meditação e teria vivido por volta do ano 1100.
A descoberta, de fato, é surpreendente, contudo, a verdade é que múmias datadas dos séculos 11 e 12 deste tipo são relativamente comuns. Embora não tenha sido esclarecido como se deu o processo de mumificação de Liuquan, supõe-se que tenha ocorrido em uma "tradição de automumificação", segundo van Vilsteren ao Live Science, o que era comum "na China, e também no Japão, no Laos e na Coreia".
Em alguns casos, descreve o livro 'Budas vivos: os monges automumificados de Yamagata, Japão', publicado em 2010 e escrito por Ken Jeremiah, monges budistas já idosos passavam por um longo processo de fome, a fim de eliminar gordura e líquidos que acelerariam a decomposição, para facilitar no processo de mumificação.
Então, quando estivessem próximos da morte, eles eram enterrados vivos, apenas com um tubo que os permitia respirar enquanto seguiam meditando, até a morte. "Existem registros históricos de alguns monges idosos que praticaram. Mas se este também é o caso deste monge, não se sabe", conclui van Vilsteren.
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