Foto de JonBenét Ramsey - Arquivo pessoal
JonBenét Ramsey

JonBenét Ramsey: relembre o crime por trás do documentário da Netflix

Após o Natal de 1996, a família Ramsey se chocou ao encontrar a filha mais nova, JonBenét, morta no porão de casa; até hoje, o caso segue sem solução

Éric Moreira Publicado em 25/11/2024, às 20h00

Nesta segunda-feira, 25, chegou à Netflix a minissérie documental 'Caso Arquivado: Quem Matou JonBenét Ramsey?', em que o terrível caso da morte de uma menina de apenas seis anos é esmiuçado ao espectador. Ela foi encontrada morta no porão de casa no dia 26 de dezembro de 1996, e até hoje o caso segue sem solução.

Dividida em três partes, a série documental investiga não só a noite do crime, mas também os erros de abordagem por parte da polícia e da mídia, que implicam diretamente no fato de o episódio brutal seguir inconclusivo até hoje.

Segundo a sinopse disponível na Netflix, "esta série acompanha a incansável busca por justiça, que dura décadas".

Já se passaram quase três décadas desde que a jovem JonBenét Ramsey foi encontrada morta no porão da casa em que vivia no Colorado, com sinais de abuso sexual, espancada e estrangulada no dia seguinte ao Natal. Mas, o que se sabe sobre esse caso tão misterioso e sombrio da história americana?

Membro da família?

Segundo a People, na noite em que JonBenét foi morta, as pessoas que estavam na casa dos Ramsey eram os pais da garota, John e Patricia, e seu irmão mais velho, Burke, que tinha apenas 9 anos.

Fotografia da família Ramsey / Crédito: Divulgação/Netflix

 

Foi Patricia quem encontrou, na fatídica manhã de 26 de dezembro de 1996, uma nota de resgate em um bloco de papel exigindo US$ 118 mil — curiosamente, o mesmo valor que John havia recebido em bônus havia pouco tempo — em troca de JonBenét. Porém, mais tarde naquele mesmo dia, o pai da menina a encontrou morta no porão.

Nos anos que se seguiram, John e Patricia se recusaram a depor à polícia, e contrataram advogados criminais para o caso, sendo considerados suspeitos pelas autoridades. Foi somente em 2008, dois anos após a morte de Patricia por um câncer de ovário, que o promotor público da época considerou a família inocente.

No entanto, o promotor seguinte, Stan Garnett, não sentia "que a exoneração fosse justificada com base no estado das evidências e na complexidade do caso", conforme ele mesmo relatou à People.

JonBenét Ramsey em imagens da família / Crédito: Divulgação/Netflix

 

Vale mencionar ainda que Burke, embora nunca tenha sido considerado suspeito pela polícia, foi descrito em uma série documental de 2016 da CBS como possível responsável por bater na cabeça da irmã com uma lanterna. Considerando a produção um "ataque televisivo hediondo", o advogado disse na época que abriria um processo contra a emissora.

Invasor?

O fato de existir uma nota de resgate na cena do crime deu mais credibilidade, na verdade, à hipótese de que um intruso teria sido o responsável pelo assassinato de JonBenét. Um suspeito em potencial era um homem chamado Michael Helgoth, que morava na região e tinha um par de botas que parecia combinar com uma pegada encontrada na cena do crime.

Helgoth até chegou a ser procurado pela polícia, mas em 1997 ele tirou a própria vida, e as autoridades o removeram da lista de suspeitos. Ainda assim, um investigador particular contratado pelos Ramsey, Ollie Gray, acreditava que a família de Helgoth teria uma confissão gravada do crime — outra informação jamais confirmada.

No entanto, em 2006, dez anos após o crime, um homem chamado John Mark Karr — que posteriormente adotou o nome Delia Alexis Reich, ao assumir ser uma mulher trans — chamou atenção da mídia norte-americana quando confessou publicamente ser o responsável pelo assassinato. "Eu estava com JonBenét quando ela morreu", disse na época. "A morte dela foi um acidente".

John Mark Karr em 2006, quando se apresentou como responsável pela morte de JonBenét Ramsey / Crédito: Getty Images

 

No entanto, os investigadores consideraram a confissão falsa, visto que a ex-esposa de Reich disse à polícia que, no Natal de 1996, eles estavam no Alabama; isso sem mencionar que nenhuma amostra de DNA encontrada no crime se relacionava a Karr.

Um terceiro intruso em potencial teria sido um homem que trabalhou como Papai Noel, cuja filha havia sido sequestrada décadas antes, e visitou os Ramsey dias antes do crime. Porém, a polícia nunca o considerou formalmente como um suspeito, e as investigações não levaram a ele de nenhuma forma.

Em 2021, John — que hoje tem 80 anos — disse à People que ainda esperava que, com as novas tecnologias de investigação de DNA, a morte de sua filha pudesse finalmente ser solucionada. "Eu só quero que ele seja identificado. Eu quero saber o porquê. Por que ele fez isso?", afirmou.

De qualquer forma, até hoje o caso segue sem solução. Os episódios de 'Caso Arquivado: Quem Matou JonBenét Ramsey?', já estão disponíveis na Netflix.

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