Elvis Presley durante apresentação - Getty Images
Elvis Presley

Frustração e Beatles: As revelações do novo documentário sobre Elvis Presley

Em novo documentário, figuras próximas a Elvis Presley refletem sobre sua carreira e um especial que foi importante para seu 'retorno'

Thiago Lincolins Publicado em 17/11/2024, às 13h20

Dividindo opiniões, Elvis Presley ainda é capaz de fascinar diferentes gerações, que desvendam os triunfos e tragédias da vida do homem que se tornou um dos nomes mais notórios da história da música.

Décadas após sua morte em 1977, o legado de Elvis Presley continua vivo, sustentado por sua música e memória de familiares: da filha Lisa Marie Presley, que faleceu recentemente, a neta Riley Keough e a ex-esposa, Priscilla Presley.

Em meio a rumores e polêmicas, aspectos importantes da carreira de Elvis acabam esquecidos. O documentário da Netflix "O Retorno do Rei: Queda e Ascensão de Elvis Presley" busca resgatar essa perspectiva, centrando-se em um dos momentos mais marcantes de sua carreira.

A produção mostra os bastidores do 'especial de retorno' gravado pela NBC em 1968. Com direção de Jason Hehir, o filme oferece uma visão íntima das dificuldades enfrentadas por Elvis e de como ele recuperou seu lugar no topo.

"Ele tinha uma única chance para provar ao mundo que ainda era o rei do rock. Descubra a história por trás do triunfante especial de retorno de Elvis Presley em 1968", destaca a sinopse da plataforma de streaming.

1. Medo

O diretor Baz Luhrmann, responsável pela cinebiografia 'Elvis', compartilha detalhes sobre o estado emocional de Elvis momentos antes de subir ao palco para gravar o especial.

Relutante em se apresentar, Elvis confessou ao diretor do especial, Steve Binder, seu receio. O astro temia que seu desempenho pudesse fragilizar ainda mais sua carreira.

Elvis em 1968, durante as gravações do especial - Getty Images

 

"Vou te dizer uma coisa. Você vai lá e se não gostar, eu finjo que as fitas foram destruídas", afirmou o diretor ao artista.


2. Frustrações

Após retornar do serviço militar na Alemanha, Elvis enfrentou um declínio em sua carreira musical. Embora estrelasse sucessos como "Blue Hawaii" ("Feitiço Havaiano"), sentia-se frustrado com os papéis fúteis oferecidos por Hollywood, levando-o a se afastar das apresentações ao vivo.

A imagem que Hollywood tinha de mim estava errada, e eu sabia disso. E eu não podia fazer nada sobre isso. Eu não sabia o que fazer. Eu apenas sentia que era obrigado a coisas nas quais não acreditava totalmente", disse Elvis em uma fita.

Priscilla Presley, sua ex-esposa, relembrou a irritação do cantor ao se sentir aprisionado em papéis que não refletiam suas verdadeiras aspirações artísticas.

"Eu sabia que ele ficaria muito bravo. Eu o vi jogar tantos roteiros pela sala. Frustração, raiva e um pouco perdido sobre para onde sua carreira estava indo. Porque esses não eram os papéis que ele queria", revelou ela.


3. Lado autêntico

Com o interesse público em queda, Elvis concentrou-se em músicas gospel e construiu sua vida familiar. No entanto, seu especial na NBC estava sob o controle rígido do empresário Tom Parker.

Elvis em famoso clique do especial, em 1968 - Getty Images

 

Steve Binder, o diretor do especial, insistiu em mostrar um lado mais autêntico e despojado de Elvis. Apesar das resistências iniciais, essa abordagem revelou-se bem-sucedida e marcou um ponto crucial na recuperação artística de Presley.


4. Encontro com os Beatles

Quando os Beatles chegaram aos Estados Unidos, expressaram o desejo de conhecer Elvis. Priscilla Presley descreveu com humor a tensão da visita dos jovens artistas à casa do casal em Bel Air.

John Lennon e Paul McCartney ficaram inicialmente sem palavras diante do ídolo americano. 

Quando eles chegaram, eles estavam tão nervosos. Na verdade, Elvis sentou no sofá, John Lennon e Paul McCartney apenas o encararam", afirmou Priscilla.

"Nunca disseram uma palavra. Apenas olharam para ele. Eles estavam tão nervosos, e Elvis basicamente estava dizendo, 'Bem, se vocês não vão falar...' Ele ligou a TV. Eles estavam simplesmente hipnotizados por ele".


5. Influência

Darlene Love, amiga e colaboradora de Elvis, relata como a música afro-americana influenciou o estilo de Presley. Originário do sul dos Estados Unidos, ele frequentava igrejas negras para absorver as vibrações musicais que tanto admirava.

"Eu perguntei a ele: 'Como você realmente começou a amar a música dos negros?' Ele disse que ia até as igrejas negras e ficava parado nas janelas ouvindo a música deles", explicou ela.

De acordo com ela, o desempenho de Elvis no palco resultou em comentários como "'Oh, ele está tentando ser negro'. Mas ele realmente não era. Era assim que ele era."

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