Em destaque na plataforma de streaming Netflix, o documentário As Crianças Perdidas é um dos mais assistidos por brasileiros
Thiago Lincolins Publicado em 17/11/2024, às 11h45
Destaque no catálogo da Netflix, o documentário "As Crianças Perdidas" retrata a impressionante história de quatro crianças que precisaram lutar pela sobrevivência após a queda de um avião.
"Após a queda de um avião, quatro crianças indígenas lutam para sobreviver na Amazônia colombiana usando a sabedoria ancestral enquanto uma missão inédita tenta resgatá-las", explica a sinopse.
A saga dos irmãos Mucutuy inciou-se após a queda de um avião monomotor Cessna 206 na floresta amazônica em 1º de maio do ano passado. Entre os ocupantes do voo estavam três adultos que não sobreviveram: a mãe das crianças, Magdalena Mucutuy Valencia, o piloto Hernando Murcia Morales e o líder indígena Herman Mendoza Hernández.
Manuel Ranoque, pai das crianças, relatou que sua filha mais velha testemunhou a sobrevivência da mãe por quatro dias após o acidente. Durante os 40 dias em que permaneceram perdidas, as crianças subsistiram com farinha de mandioca, alimento rico para os indígenas.
Finalmente encontrados em 9 de junho, Lesly, Soleiny, Tien Noriel e Cristin Neriman Mucutuy estavam desnutridos, mas conscientes e alerta. As autoridades atribuíram sua resistência à origem indígena, que lhes conferiu conhecimentos essenciais sobre sobrevivência na selva, repercutiu a CNN.
Durante o resgate, uma figura chamou atenção da mídia internacional: um cão pastor belga chamado Wilson, que auxiliou as autoridades durante as buscas pelos pequenos. Na época, o Jornal El Tiempo repercutiu que animal teria sido o responsável pela descoberta da cabana na qual as crianças se abrigaram.
Após o resgate, Lesly disse que o cão Wilson esteve presente com ela e seus irmãos durante parte do tempo em que estavam perdidos. De acordo com ela, o cachorro interagiu com as crianças antes de desaparecer na mata.
A diretora do Instituto Colombiano de Bem-estar Familiar (ICBF), Astrid Cáceres, compartilhou essa informação em uma entrevista ao jornal local Cambio.
A confirmação do envolvimento de Wilson nas buscas veio após autoridades colombianas terem encontrado pegadas do cachorro junto às de uma criança na mesma região.
Essa descoberta alimentou a esperança de que Wilson pudesse ser localizado junto aos menores durante as operações de resgate, porém isso não se concretizou.
Quando os Mucutuy foram encontrados, iniciaram-se as buscas pelo cachorro, que desapareceu, no entanto, no final de junho do ano passado, as Forças Militares da Colômbia anunciaram que encerram as buscas por Wilson.
A operação, que envolveu mais de 70 participantes, foi considerada arriscada e sem perspectivas de sucesso, conforme relatado pelo jornal Notícias Caracol.
Na época, o general Pedro Sánchez anunciou a suspensão das atividades após cerca de 20 dias de esforços intensivos na região de Guaviare. “Utilizamos absolutamente todos os nossos recursos, todas as nossas capacidades humanas e tecnológicas, não poupamos esforços”, declarou o oficial, destacando o empenho das equipes.
A operação intitulada "Vamos por Wilson" mobilizou 70 homens em campo e outros 50 em funções logísticas, além do uso de cadelas no cio na tentativa de atrair Wilson. No entanto, os esforços não resultaram na localização do cão.
O pastor belga foi homenageado como um combatente que não retornou da missão.
“Wilson é um símbolo de um comando que não voltou de uma missão. Não vamos homenageá-lo apenas a ele, mas a todos os caninos que também perderam a vida a proteger os colombianos, especialmente os militares e polícias que não regressaram quando partiram em missão”, explicou o oficial.
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