Spencer, filme indicado ao Oscar, conta com Kristen Stewart na pele de Lady Di e será lançado no Prime Video em julho
Redação Publicado em 26/03/2022, às 08h00 - Atualizado em 28/06/2022, às 17h25
A história da princesa Diana e sua conturbada passagem pela família real britânica já foi retratada nas mais diferentes formas de mídia e literatura. Explorada à exaustão, a narrativa da professora do jardim da infância que se casou com o herdeiro do trono britânico foi série, filme, documentário, livro e tudo o que puderam fazer dela.
Em uma tentativa de trazer uma perspectiva diferente das outras produções sobre os eventos da realeza britânica, especialmente entre 1981 e 1996, o diretor Pablo Larraín foi responsável por “Spencer”, que estreou nas telonas brasileiras em fevereiro deste ano trazendo Kristen Stewart na pele de Lady Di.
Agora, o filme chega ao streaming através da plataforma Prime Video no mês de julho. "Simplesmente não consigo parar de admirar Kristen Stewart como Lady Di. Spencer chega 1/7 no meu streaming", diz um Tweet da plataforma publicado nesta terça-feira, 28.
O filme se anuncia como “uma fábula tirada de uma tragédia real” e se propõe a retratar o psicológico de uma das — então — mais observadas figuras do mundo, com seu casamento por um fio e a saúde mental completamente em cacos. Os escândalos da relação com o príncipe Charles e a vida da nobreza foram torturando-a aos poucos.
Querendo mostrar aos espectadores o adoecimento mental e físico de Diana (por meio de um distúrbio alimentar), o cineasta abusou da licença poética concedida a cinebiografias e acrescentou elementos dramáticos à obra. Por isso, nem tudo que assistimos aconteceu “ipsis litteris”, podendo ser uma metáfora ao episódio real em si.
Para que você possa entender melhor sobre o que é realidade e o que não passa de fábula em “Spencer” (2021), a equipe do site do Aventuras na História destrinchou a produção e algumas passagens importantes do filme de Larraín que podem ter causado confusão entre quem é fã da princesa mais amada de todos os tempos.
A cinebiografia se passa no começo dos anos 1990, período em que o casamento de Diana e Charles já se encontrava desgastado e repleto de polêmicas. Ainda assim, o casal vai com os filhos para o castelo de Sandringham, onde serão feitas as celebrações de Natal da família real britânica.
No filme, vemos uma princesa conturbada pela ideia de se pesar no protocolo real de pesagem pré-jantar, que é uma verdadeira tradição da realeza do país. Nela, os nobres são pesados antes e depois de comerem, uma prática que foi instituída pelo rei Eduardo VII no início dos anos 1900 a fim de garantir que todos tivessem se alimentado bem no feriado.
Outra situação verdadeira retratada em “Spencer” foi o distúrbio alimentar da Princesa do Povo. Apesar da bulimia ter sido representada de forma metafórica na cena em que Diana come as pérolas, engatilhada por um ambiente sufocante e o casamento falido, o transtorno alimentar também é mostrado em outros momentos do filme, inclusive quando Charles a pede que mantenha o lindo café da manhã na barriga, não o desperdiçando-o.
A bulimia foi uma das maiores batalhas contra a qual Lady Di lutou durante sua vida. No livro, “Diana: Her True Story (1992)”, o historiador Andrew Morton descreve conversas gravadas com a princesa em que ela fala sobre como um comentário do marido sobre o peso criou o gatilho para o problema.
"Meu marido colocou a mão na minha cintura e disse: 'Um pouco rechonchuda aqui, não estamos?'. Isso criou algum gatilho em mim, além da situação com Camila [Parker Bowles]", contou Diana na época.
Embora o casamento tenha sido um fracasso e Charles tenha tido, de fato, um caso com Camilla Parker-Bowles, sua atual esposa, não existem evidências de que o episódio de ela e Diana ganhando o mesmo colar de pérolas tenha acontecido. Essa foi uma das licenças poéticas do diretor na obra, assim como outros aspectos psicológicos.
A presença do fantasma de Ana Bolena no palacete também foi uma forma que Larraín encontrou de mostrar os desconfortos da nobre durante as festividades, traçando um paralelo entre a história das duas figuras históricas. Bolena foi rainha consorte da Inglaterra até ter seu casamento com Henrique VIII anulado em 1536 — ela acabou sendo morta dois dias depois.
Um aspecto importante de Diana apresentado em “Spencer” é sua relação com os funcionários da realeza e a dispensa em grandes formalidades. No filme, ela fala sobre seus sentimentos à camareira Maggie e ao chef real Darren McGrady.
A primeira não existiu de fato, mas foi inspirada na funcionária real Fay Appleby, que viajou seis anos junto com a princesa pelo mundo, de quem ela era muito próxima. Já o segundo, além de ser real, esteve inclusive cozinhando na propriedade de Sandringham durante o Natal de 1991.
Em uma entrevista ao jornal Daily Express, McGrady contou: “Depois que a rainha e a realeza deixaram a sala de jantar, a princesa Diana gostava de entrar para conversar, andar pela cozinha e ver o que estava acontecendo”.
Diana também entrou para a história diante das peças icônicas e marcantes que vestiu ao longo dos anos em que esteve na família real britânica. O filme "Spencer" (2021) vem de encontro com o lançamento "Casa Gucci" (2021), que relembra a saga da família que criou um império.
Abaixo, confira o nosso especial no podcast 'Aventuras Narradas em Moda com História', com roteiro e narração de Laura Wie, especialista em História da Moda.
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