Soldados ucranianos em atividade no país - Getty Images
Guerra da Ucrânia

Soldados ucranianos amputados permanecem lutando na guerra contra a Rússia

Segundo informou o presidente Volodymyr Zelensky, combatentes sem membros e gravemente feridos se recusam a deixar o campo de batalha

Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 24/02/2025, às 15h00

No terceiro aniversário da guerra na Ucrânia, invadida pelas forças russas em 24 de fevereiro de 2022, o presidente do país revelou um aspecto dramático do conflito: soldados ucranianos amputados estão retornando ao front.

Segundo dados apresentados por Volodymyr Zelensky, há 380 mil feridos no país, com diversas brigadas tendo pelo menos um amputado de volta ao serviço ativo.

Zelensky também informou que 46 mil pessoas foram mortas ao longo dos três anos de guerra contra a Rússia, além de dezenas de milhares de desaparecidos.

Sobreviventes

Entre esses combatentes está Maksym Vysotskyi, de 42 anos, que perdeu a perna esquerda após pisar em uma mina terrestre em novembro de 2023, durante uma missão com drones. Em maio do ano seguinte, já estava de volta ao front.

Outro exemplo é o soldado de inteligência Andrii Rubliuk, de 38 anos, que perdeu os dois braços e uma perna ao ser atingido por um explosivo. Usando próteses, ele também prometeu retornar à linha de frente.

Lutar com braços e pernas é algo que qualquer um pode fazer. Lutar sem eles, isso é um desafio", afirmou Rubliuk, conforme reportagem do jornal britânico The Sun.

Em Kiev, muitas das próteses usadas pelos soldados são produzidas por Volodymyr Federov, de 68 anos, segundo a Sky News. Federov fabrica próteses há 43 anos, inicialmente focado na produção para soldados do Exército Soviético feridos no Afeganistão, mas diz nunca ter produzido tantas como nos últimos meses.

Dados da clínica onde trabalha indicam que cerca de 60% dos soldados amputados estão retornando para lutar em diversas frentes de batalha. Entre eles está Dmytro Skomoroh, de 50 anos, ex-funcionário público que se tornou combatente "com orgulho". Ele perdeu a perna esquerda ao pisar em uma mina terrestre e, assim que estiver apto, espera ser enviado novamente ao front.

Próximo passos

No domingo, Zelensky, afastado das negociações entre EUA e Rússia pelo fim do conflito, declarou estar disposto a deixar o governo ucraniano em troca do fim da guerra, destacando que "não pretende permanecer no poder por décadas".

Ele também condicionou sua eventual saída à entrada da Ucrânia na Otan, a aliança militar ocidental rival da Rússia. "Se for pela paz na Ucrânia e se realmente quiserem, que eu deixe o meu cargo, estou pronto para isso. Posso trocar isso (a presidência) pela entrada da Ucrânia na Otan, se houver essa oportunidade", afirmou Zelensky.

A declaração foi interpretada como um recado ao presidente dos EUA, Donald Trump.

"Um ditador sem eleições — é melhor que Zelensky aja rápido ou ele não terá mais um país", declarou Trump na semana passada.

 

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