Após um acidente que quase lhe tirou a vida, Joe DiMeo superou obstáculos e inspirou o mundo com sua força e resiliência
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 25/11/2024, às 15h56
Em um fatídico dia de 2018, a vida de Joe DiMeo mudou drasticamente. Ao voltar para casa após um longo turno de trabalho, ele adormeceu ao volante, causando um acidente que o deixou gravemente ferido.
"Fiquei no hospital por quatro meses, metade desse tempo em coma", relembrou Joe à revista Newsweek. As queimaduras de terceiro grau em 80% do corpo resultaram em mais de 20 enxertos de pele e diversas cirurgias reconstrutivas.
Com o impacto do acidente em questão, ele ficou sem as pálpebras, orelhas e até mesmo parte dos dedos.
Diante de um desafio médico sem precedentes, uma equipe do NYU Langone realizou um transplante pioneiro no rapaz. O Dr. Eduardo Rodriguez, responsável pela cirurgia, descreveu o feito como "o primeiro caso de transplante de combinação bem-sucedido do tipo no mundo". Durante o procedimento, Joe passou pelo transplante de rosto e mãos.
A equipe enfrentou um desafio imenso ao buscar um doador compatível, uma vez que a chance de encontrar um era de apenas 6%.
"Joe é um cara maravilhoso, incrivelmente trabalhador e comprometido em recuperar sua independência e capacidade de dirigir novamente. Não há nada que traga maior satisfação a um cirurgião do que ver um indivíduo viver sua vida de forma independente", disse Eduardo à Newsweek.
A recuperação foi longa e dolorosa. "A recuperação foi dolorosa, mas no geral foi boa. Eu tinha principalmente dor nervosa para lidar, mas a equipe de enfermagem foi muito boa comigo", conta ele. Aos poucos, ele recuperou a mobilidade das mãos e aprendeu a mover o rosto novamente. "Eu diria que tenho 45% de uso das minhas mãos agora, mas há chance de conseguir mais. Espero recuperar até 80%", diz ele com otimismo.
Enquanto se recuperava, o americano encontrou o amor em Jessica Perez, uma enfermeira que se inspirou em sua história. "Eu simplesmente fui atraída pela maneira como ele se portava em suas entrevistas. Ele é uma pessoa muito trabalhadora, então, apesar de estar desfigurado, ele estava pronto para voltar ao trabalho. Acho que sua ambição foi o que mais me intrigou", contou ela ao veículo internacional. O casal superou a distância e construiu um relacionamento sólido, baseando-se no amor e no apoio mútuo.
"Sempre esperei encontrar alguém como Joe, e sempre imaginei que fosse possível", continuou Jessica na entrevista. "Obviamente, não esperava que fosse com alguém que tivesse um transplante, mas tudo bem, porque isso não me incomoda. Eu sempre quis que fosse possível encontrar uma pessoa como ele."
A história do casal é um exemplo inspirador de superação e resiliência. Eles usam suas redes sociais para compartilhar sua jornada e conscientizar sobre a importância da doação de órgãos. "Eu só queria ajudar Joe a contar sua história, e isso realmente ajuda muitas pessoas", afirma a mulher na entrevista.
Apesar das dificuldades, o casal enfrenta as críticas e o preconceito com positividade. "As pessoas me chamam de interesseira, dizem que tenho um fetiche, que estou traindo ele ou que estou usando ele", revela Jessica. Já DiMeo, com bom humor, comenta sobre as comparações com personagens de filmes de terror: "Essas coisas negativas não me incomodam, são apenas palavras, e só estão online. Não me afeta muito pessoalmente, mas eu também olharia para mim se me visse. Eu entendo que as pessoas são curiosas. Ver uma pessoa queimada é bastante raro".
Segundo a Newsweek, Joe e Jessica planejam construir um futuro juntos, espalhando positividade e incentivando outras pessoas a nunca desistir de seus sonhos. "Somos um casal normal", finaliza a americana na entrevista.
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