Ana Lucia Umbelina Galache de Souza - Divulgação/Redes sociais
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Por 33 anos mulher fingiu ser filha de militar para ganhar pensão

Mulher de 55 anos recebeu valores indevidos ao longo de mais de três décadas, mas acabou sendo denunciada pela avó, que queria uma pensão maior

Redação Publicado em 11/10/2024, às 14h15

Uma mulher de 55 anos de idade enganou o Exército Brasileiro por 33 anos, recebendo indevidamente pensões militares, em um esquema planejado junto com sua avó.

De 1988 a 2022, Ana Lucia Umbelina Galache de Souza, se passou por filha de Vicente Zarate, ex-combatente da Força Expedicionária Brasileira (FEB) da Segunda Guerra Mundial, fraudando documentos para receber um benefício que totalizou milhões de reais. O caso permaneceu oculto até 2021, quando sua avó, Conceição Galache, insatisfeita com a divisão dos valores, denunciou a neta à Polícia Militar de Mato Grosso do Sul.

Após a morte do ex-combatente, Ana Lucia apresentou documentos falsos para solicitar a pensão, com apoio da avó, alterando seu nome para "Ana Lucia Zarate" e recebendo o benefício. Ao longo das décadas, a quantia mensal aumentou até atingir aproximadamente R$ 8 mil.

Em depoimentos, Conceição revelou que Ana Lucia era, na verdade, apenas sobrinha-neta de Vicente Zarate, o que a tornava inelegível para o benefício, reservado exclusivamente para cônjuges e filhos de militares falecidos.

Condenação

Em 2023, a Justiça Militar condenou Ana Lucia a três anos de prisão, determinando também a devolução dos valores fraudados, que, corrigidos, somam cerca de R$ 3,2 milhões. Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), Ana Lucia admitiu durante os interrogatórios ter ciência da falsificação e usava a identidade de "Ana Lucia Zarate" exclusivamente em questões relacionadas à administração militar e à pensão.

Ana Lucia recorreu da decisão, sob a defesa da Defensoria Pública da União (DPU), alegando que não houve dolo, ou seja, intenção criminosa. O caso, atualmente, aguarda julgamento final no Superior Tribunal Militar (STM). Dois ministros já votaram a favor da manutenção da condenação, mas uma decisão definitiva foi adiada após o ministro Artur Vidigal pedir vistas do processo.

Em nota, a DPU declarou que acompanha Ana Lucia desde 2022 e entrou com recurso de apelação, sustentando a ausência de dolo e a falta de provas para a condenação.

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