Base Sanae IV - Divulgação/SANAP
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Pesquisadores em base na Antártica pedem resgate após ameaças de morte

Cientistas relatam ambiente de terror com ameaças de morte e agressão, e pedem intervenção urgente das autoridades sul-africanas

Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Éric Moreira Publicado em 17/03/2025, às 16h30

Um grupo de dez cientistas que vivem na base de pesquisa Sanae IV, na Antártica, enviou um pedido de resgate às autoridades sul-africanas após um colega ameaçar matar um membro da equipe e agredir outro. A situação na base, localizada na remota Costa da Rainha Maud, é de extrema tensão, com os pesquisadores vivendo em constante medo.

De acordo com um e-mail enviado ao jornal Sunday Times da África do Sul, um dos pesquisadores relatou que um colega o atacou fisicamente e continua fazendo ameaças de morte. Além disso, o agressor é acusado de assédio sexual contra outro membro da equipe.

"Infelizmente, o comportamento dele se agravou a um ponto extremamente preocupante. Especificamente, ele agrediu fisicamente, o que é uma grave violação da segurança pessoal e das normas do ambiente de trabalho. Além disso, ele ameaçou matar, criando um ambiente de medo e intimidação. Estou profundamente preocupado com minha própria segurança, constantemente me perguntando se serei a próxima vítima", descreveu o pesquisador no e-mail.

Segundo 'O Globo', Dion George, ministro do Meio Ambiente da África do Sul, foi convocado para intermediar o problema e informou que conversará pessoalmente com a equipe para avaliar a situação.

"Houve uma discussão verbal entre o líder da equipe e essa pessoa. Depois, a situação escalou, e ele acabou agredindo fisicamente o líder. Você pode imaginar como é estar em um ambiente assim. O espaço é pequeno, as pessoas sofrem com a claustrofobia e isso pode ser muito desorientador", explicou o ministro ao jornal.

Base Sanae IV

A base Sanae IV é dedicada à realização de pesquisas científicas importantes, como o estudo das mudanças climáticas, meteorologia, geomagnetismo e o monitoramento da camada de ozônio. Os pesquisadores também estudam as auroras polares e a atividade solar, contribuindo para o avanço do conhecimento sobre o impacto ambiental na região.

Construída sobre pilares elevados para evitar o soterramento pela neve, a base é projetada para suportar as rigorosas condições climáticas da Antártica, com temperaturas que podem atingir -50°C no inverno e ventos fortes e tempestades frequentes.

Atualmente, a equipe enfrenta temperaturas de -23°C e um isolamento quase absoluto, evitando sair da base para preservar a própria segurança.

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