Atualmente, a mais famosa via de São Paulo leva o nome de Castelo Branco, o primeiro presidente da ditadura militar após 1964
Gabriel Marin de Oliveira, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 20/12/2024, às 15h00
Em mais um passo para ressignificar o passado e construir uma cidade mais justa e democrática, a vereadora Silvia Ferraro (PSOL) apresentou um projeto de lei que propõe a renomeação da Marginal do Tietê para Avenida da Democracia. A iniciativa busca apagar do mapa da cidade nomes ligados à ditadura militar e homenagear as vítimas da repressão.
Atualmente, a principal via da capital paulista leva o nome de Castelo Branco, em referência a Humberto de Alencar Castelo Branco, primeiro presidente da ditadura militar após 1964. Para Silvia, essa homenagem é uma afronta à memória das vítimas da repressão e um obstáculo para a construção de uma sociedade mais justa.
Apagar do nosso cotidiano o nome de assassinos e torturadores é um passo importante para garantir o direito à memória, verdade e justiça. Para que episódios como este nunca mais se repitam", defendeu a vereadora.
Segundo a Comissão Nacional da Verdade, mais de 38 logradouros da cidade homenageiam pessoas ligadas à ditadura militar, sendo que 22 delas tiveram participação direta na repressão política.
Entre os locais citados na ação para serem renomeados estão o crematório Dr. Jayme Augusto Lopes, o centro desportivo Caveirinha, a avenida Presidente Castelo Branco (Marginal Tietê), a ponte Senador Romeu Tuma (Ponte das Bandeiras) e a rua Trinta e um de março.
Segundo a 'Agência Brasil', a escolha desses locais se justifica pela forte associação de seus nomes a figuras envolvidas em crimes como desaparecimento forçado e ocultação de cadáveres.
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