Exposição etnográfica de Caraîbes em março 1892 - Reprodução/Facebook
Povos indígenas

Indígenas estão há mais de um século lutando pelo retorno de restos mortais de antepassados

A luta pelo retorno dos restos mortais de indígenas sul-americanos da Europa à América do Sul se arrasta há mais de um século

Redação Publicado em 16/09/2024, às 16h00

A luta pelo retorno dos restos mortais de indígenas sul-americanos à América do Sul se arrasta há mais de um século. Desde 1877, o local próximo ao parque Bois de Boulogne, em Paris, abrigava "espetáculos etnológicos", precursores dos chamados zoológicos humanos

Na época, foi prometida uma recompensação financeira e a volta de 33 indígenas sul-americanos. No entanto, "eles nunca receberam o dinheiro, e 8 deles jamais voltaram para sua terra”, relatou Toka Devilliers, descendente de Moliko, uma das adolescentes que sobreviveu à viagem e ao período em Paris, à AFP.

Toka disse à agência de notícias que ouvia a história contada por seu avô, mas não lhe dava muita atenção. Em 2018, ao assistir a um documentário sobre zoológicos humanos, ela voltou a ouvir sobre seus antepassados.

Quatro anos depois, fundou a associação Moliko Alet+Po (Descendentes de Moliko, no idioma Galibis), com o objetivo de buscar reconhecimento e reparações pelo tratamento dado aos indígenas.

Luta por reparação

Conforme relatou Toka, os oito indígenas levados a Paris em 1892 que morreram foram vítimas de bronquite e problemas pulmonares causados pelo rigoroso inverno. Os restos mortais de seis estão preservados no Museu do Homem, enquanto um foi dissecado para fins científicos e outro está enterrado em Levallois-Perret, nos arredores de Paris.

"Eles estão em uma caixa há 132 anos", lamentou Toka, que exige a devolução dos corpos para que possam ser enterrados segundo os ritos tradicionais.

E, embora a França tenha aprovado uma lei em 2023 permitindo a restituição de restos mortais humanos, ela se aplica apenas a solicitações de países estrangeiros e não a territórios ultramarinos, como a Guiana Francesa, repercute a AFP.

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