Homem foi capaz de mover braço mecânico apenas com a mente graças a um dispositivo inovador desenvolvido por cientistas da Universidade da Califórnia
Giovanna Gomes Publicado em 10/03/2025, às 13h54
Um homem tetraplégico conseguiu controlar um braço robótico apenas com a mente, graças a um dispositivo inovador desenvolvido por cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Com a ajuda da tecnologia, ele foi capaz de mover, girar, segurar e soltar objetos apenas com seus pensamentos, mantendo esse controle de forma contínua por sete meses — um tempo recorde em relação a projetos anteriores, que exigiam ajustes frequentes a cada um ou dois dias.
O avanço foi possível graças a uma interface que capta diferenças sutis na atividade cerebral sempre que a pessoa pensa em realizar um movimento específico. Esses sinais são traduzidos em impulsos elétricos, permitindo que o homem controle o braço mecânico e manipule objetos. Segundo o portal Galileu, a pesquisa que detalha o funcionamento do sistema foi publicada no dia 6 de março na revista científica Cell.
De acordo com a Universidade da Califórnia, o sucesso da tecnologia se deve à compreensão de como a atividade cerebral muda ao longo dos dias, mesmo quando o participante do estudo repetia mentalmente os mesmos movimentos.
“Uma vez que a IA foi programada para levar em conta essas mudanças, ela funcionou por meses a fio”, explicou a instituição em nota.
O participante, um homem destro de 41 anos que ficou tetraplégico após sofrer um derrame, não consegue falar nem se mover e utiliza cadeira de rodas. Para participar do estudo, ele recebeu pequenos sensores implantados no cérebro, capazes de registrar a atividade neural enquanto ele imaginava diferentes movimentos. Os pesquisadores perceberam que, embora ele não conseguisse realizar os movimentos fisicamente, seu cérebro ainda gerava sinais precisos que podiam ser captados e interpretados.
A equipe treinou a inteligência artificial por duas semanas e, em seguida, o voluntário começou a praticar com uma versão virtual do braço robótico em 3D. Depois, ele passou a utilizar o braço mecânico real e, com poucas sessões, já conseguia realizar tarefas como pegar blocos, girá-los e movê-los para outros lugares. Ele também conseguiu abrir um armário, pegar um copo e segurá-lo em um dispensador de água.
Mesmo após vários meses, o participante ainda controlava o braço com eficiência, sendo necessários apenas 15 minutos de ajuste para compensar pequenas variações na atividade cerebral. Agora, os pesquisadores planejam tornar a tecnologia mais fluida e testar o braço robótico em ambientes domésticos. O objetivo é aumentar a autonomia de pessoas com paralisia, promovendo melhorias importantes na qualidade de vida.
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