Em carta, Charles aponta "vazio insuportável" meses após morte da princesa Diana

Em 31 de agosto de 1997, a princesa Diana faleceu aos 36 anos em trágico acidente de carro. Meses após o episódio, o então príncipe Charles (hoje rei Charles III) expressou seu "vazio insuportável". 

+ Trevor Rees-Jones: Quem é o único sobrevivente do acidente que vitimou a princesa Diana

O sentimento foi descrito em carta escrita pelo monarca, mas só revelada recentemente, se solidarizando com um amigo, Peter, que estava lidando com a morte da "querida Liz" por doença. Na missiva, Charles ainda diz que seu coração "sangra" pela perda da amiga.

27 anos após as mortes de Lady Di e Liz, a carta escrita por Charles está sendo leiloada pela RR Auction, que apresentou o documento recentemente em uma exposição em Boston. O lance inicial da missiva é de 2 mil dólares (cerca de R$ 11 mil) e terminam em 14 de agosto. 

Na missiva, Charles demonstra empatia pela "agonia" de Peter, confessando que gostaria de "acenar uma varinha mágica para transformar a situação" e se livrar da "perplexidade e confusão que acompanham a remoção de alguém tão jovem do mundo".

Conforme noticiado pelo Daily Mail, especialistas da realeza não souberam afirmar com certeza as verdadeiras identidades de Peter e Liz, segundo o The New York Post.

No entanto, a casa de leilão aponta que a mensagem de três páginas foi escrita à mão em papel timbrado da Highgrove House (residência familiar do monarca), datada de 8 de dezembro de 1997 e assinada por "Charles" — depois a carta foi colocada em um envelope e entregue "em mãos" ao destinatário, conforme as instruções do então príncipe.

Charles provavelmente estava particularmente emocionado no momento em que escreveu a carta, já que a princesa Diana havia falecido tragicamente poucos meses antes, em agosto de 1997, disse um porta-voz da RR Auction ao Daily Mail.

Leia abaixo a carta na íntegra!

"Pensei muito em você ontem e hoje, sabendo o quão profundamente você será afetado pelas trágicas notícias de ontem sobre a querida Liz.

Meu coração sangra por você, pois posso imaginar muito bem a agonia e o desespero pelos quais você deve ter passado durante todos esses meses de partir o coração desde que soube da doença de Liz.

Todos nós que conhecemos vocês — e gostamos tanto de vocês dois — sentimos a agonia de uma forma muito menor, é claro, mas ansiamos por acenar uma varinha mágica para transformar a situação.

Muitas vezes penso que essa é a pior parte de tudo: não poder ajudar de nenhuma forma construtiva, exceto fazer orações constantes em segundo plano e tentar cercar vocês dois com amor, afeição e preocupação.

Posso imaginar muito bem o vazio insuportável que você deve sentir neste momento; a sensação de perplexidade e confusão que acompanha a remoção de alguém ainda tão jovem deste mundo.

Pessoalmente, acredito que há outra dimensão além desta física e que ficaremos surpresos ao descobri-la por nós mesmos quando formos eventualmente — ou em algum momento — chamados a fazer essa jornada.

Como diz a Bíblia: 'Agora, pois, vemos apenas um reflexo obscuro, como em espelho; mas, então, veremos face a face'. 

Não consigo dizer o quanto estou feliz e satisfeito por ter conhecido Liz. Ela foi uma grande facilitadora de vida.

Todos nós teremos lembranças especiais dela, mas, acima de tudo, Peter, nós nos importamos com você e você está muito presente em meus pensamentos e orações neste momento tão angustiante.

Achei que você poderia encontrar um pouquinho de conforto neste pequeno trecho de verso profundamente sábio de William Blake e, junto com isso, incluo algumas 'coisas de Highgrove' como um símbolo de imensa e afetuosa simpatia.

Charles,"