Uma equipe internacional de arqueólogos encontrou evidências na Caverna Taforalt, no Marrocos, indicando o uso de plantas do gênero Ephedra
Redação Publicado em 06/11/2024, às 12h15
O Instituto Nacional de Arqueologia e Ciências do Patrimônio do Marrocos (INSAP) anunciou uma descoberta que sugere que, há 15.000 anos, seres humanos no norte da África já utilizavam plantas medicinais.
Uma equipe internacional de arqueólogos encontrou evidências na Caverna Taforalt — também conhecida como Caverna dos Pombos —, no Marrocos, indicando que os antigos habitantes da região faziam uso de plantas do gênero Ephedra, possivelmente por suas propriedades terapêuticas, repercute o Morocco World News.
A pesquisa, publicada recentemente no periódico Nature, revela as primeiras evidências do uso de remédios herbais na região, com foco na Ephedra, uma planta conhecida por seus compostos medicinais.
A planta contém alcaloides como efedrina e pseudoefedrina, amplamente utilizados na medicina tradicional para tratar congestão, estimular o sistema nervoso e combater outras condições de saúde.
Localizada no nordeste do Marrocos, a Caverna Taforalt já era conhecida por seus sepultamentos humanos e por seu valor arqueológico, datando da Idade da Pedra.
Segundo o site Archaeology News, os Iberomaurusianos, um grupo de caçadores-coletores que viveram na região há cerca de 15.000 anos, são conhecidos por suas elaboradas práticas de sepultamento.
Escavações realizadas entre 2005 e 2015 revelaram camadas de sepultamentos, incluindo os de jovens adultos, crianças e um indivíduo notável que havia passado por trepanação — uma forma de cirurgia craniana.
O crânio desse indivíduo mostrou sinais de cura, sugerindo que plantas medicinais, como a Ephedra, podem ter sido utilizadas para auxiliar na recuperação após o procedimento.
Conforme destacou o estudo, acredita-se que os habitantes de Taforalt usavam essas plantas durante rituais tradicionais, como a avulsão dentária, prática comum entre os jovens na época, provavelmente como parte de rituais de amadurecimento.
A equipe de pesquisa incluiu especialistas do INSAP (Instituto Nacional de Arqueologia e Património) e de outras instituições internacionais. O Dr. Abdeljalil Bouzouggar, diretor do INSAP e arqueólogo chefe em Taforalt, foi um dos principais responsáveis pela descoberta.
Em entrevista ao Morocco World News, Bouzouggar esclareceu que a equipe encontrou sementes da planta Ephedra — e não outras partes da planta — o que sugere que os antigos povos da região tinham um conhecimento específico sobre as propriedades medicinais das sementes.
Bouzouggar também abordou uma questão que intrigava os pesquisadores: a recuperação notável de uma pessoa que havia passado por uma cirurgia primitiva, conforme evidenciado pelo processo de cura em um osso.
Este procedimento teria sido doloroso e envolvido sangramento significativo, levando a equipe a sugerir que a Ephedra foi usada para parar o sangramento e aliviar a dor”, afirmou o arqueólogo.
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