O papa emérito Bento XVI - Wikimedia Commons
Vaticano

Bento XVI ataca opositores e casamento gay em nova biografia autorizada

"Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade", disse o papa emérito no livro

Vanessa Centamori Publicado em 04/05/2020, às 10h23

O papa emérito Bento XVI reforçou a sua posição contrária ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, em uma biografia autorizada publicada nesta segunda-feira, 4, na Alemanha.

No livro, Joseph Ratzinger, de 93 anos, criticou opositores, dizendo que é vítima de uma "distorção maligna da realidade". As informações são da mídia alemã e da agência de notícias DPA (Deutsche Presse-Agentur).

A biografia, intitulada "Bento XVI - Uma Vida", inclui várias afirmações controversas do antigo líder supremo da Igreja Católica. Ratzinger criticou inclusive como o casamento gay seria visto hoje em dia. "Há um século seria considerado absurdo falar sobre casamento homossexual. Hoje, quem se opõe a ele é excomungado da sociedade", contou. 

Ainda de acordo com Bento XVI, "acontece a mesma coisa com o aborto e a criação de vida humana em laboratório". Por isso, segundo ele, "apenas natural" que as pessoas "temam o poder espiritual do anticristo".

Bento XVI / Crédito: Wikimedia Commons 

 

Ratzinger é criticado por suas opiniões polêmicas em vários temas, como aborto, eutanásia e sexualidade. Seus críticos estão especialmente na Alemanha, cuja Igreja é liderada por clérigos reformistas. O papa emérito é acusado também de prejudicar os esforços do atual papa Francisco, que tem se focado em um processo de modernização no Vaticano. 

No entanto, na biografia autorizada, Bento XVI diz ter relações amigáveis com o atual papa. "A amizade pessoal com o papa Francisco não apenas persistiu, como cresceu", disse o antigo pontífice, que liderou a Igreja Católica entre 2005 e 2013.

Em fevereiro, o secretário particular de Bento XVI foi afastado do entorno de Francisco após a publicação de um livro pelo papa emérito e o cardeal guineano ultraconservador Robert Sarah. 

A obra, que defendia o celibato dos padres, foi considerada como uma espécie de manifesto dos tradicionalistas da Igreja. Isso foi visto como forma de interferir no pontificado do atual líder católico. Após 48 horas, Bento XVI solicitou a remoção do seu nome no livro. 

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