Rede de canais de 4 mil anos foi encontrada na península de Yucatán, na América Central, por meio do uso de drones e imagens do Google Earth
Giovanna Gomes Publicado em 25/11/2024, às 11h14
Uma equipe de arqueólogos descobriu, por meio do uso de drones e imagens do Google Earth, uma rede de canais milenares na península de Yucatán, na América Central, revelando transformações realizadas por ancestrais dos maias há 4 mil anos.
O estudo, publicado em 22 de novembro no Science Advances, mostra que esses canais, localizados no que hoje é Belize, foram usados para canalizar e capturar espécies de água doce, como o peixe-gato.
"As imagens aéreas foram cruciais para identificar esse padrão distinto de zigzag linear dos canais que percorrem vários quilômetros dos pantanais", explicou Eleanor Harrison-Buck, coautora do estudo e pesquisadora da Universidade de New Hampshire, ao The Guardian. Após a análise aérea, a equipe realizou escavações no santuário de vida selvagem Crooked Tree, onde encontraram vestígios do sistema de canais associado a lagos.
Entre os artefatos descobertos estavam pontas de lança, que, segundo a coautora Marieka Brouwer Burg, da Universidade de Vermont, podem ter sido usadas para a caça de peixes ao serem amarradas a cabos.
De acordo com o portal Galileu, a pesquisa sugere que os canais foram construídos por comunidades seminômades e utilizados por mais de mil anos, incluindo o período em que os maias começaram a estabelecer seus primeiros vilarejos.
No auge da civilização maia, templos, pirâmides e um elaborado sistema de escrita e astronomia marcaram a cultura. Contudo, os canais recém-descobertos indicam uma conexão importante entre os ancestrais da região e o surgimento da sociedade maia. Para os arqueólogos, esses sistemas ajudaram a diversificar a dieta e sustentaram o crescimento populacional, criando as bases para os momentos de esplendor cultural que viriam a seguir.
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