Centro cultural do Império Romano continha diversos afrescos, monumentos e artefatos de alto valor simbólico para a história de Roma
Felipe Sales Gomes, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 09/12/2024, às 16h41
Arqueólogos do Instituto Nacional de Pesquisa Arqueológica Preventiva da França (INRAP) desenterraram uma extraordinária residência romana nos arredores da antiga Durocortorum, atual Reims.
A domus, que data do século II d.C., surpreendeu os especialistas com a riqueza de seus artefatos, incluindo três estatuetas de bronze notáveis e fragmentos de afrescos raros, revelando a sofisticação cultural da elite provincial na época romana.
Localizada a mais de um quilômetro do fórum de Durocortorum, perto do Rio Vesle, a residência apresenta uma fachada imponente com pilares e paredes adornadas com afrescos elaborados.
Entre os fragmentos encontrados, estão representações conhecidas como megalogravuras (figuras em tamanho real), incluindo uma cena mitológica que retrata o conto de Aquiles e Deidamia, associado à Guerra de Troia.
Esse tipo de narrativa pictórica, valorizada na cultura romana, só foi registrada anteriormente em quatro locais: Aquileia, Pompeia, Roma e agora Reims. “Sua presença em Reims destaca as conexões culturais entre esta capital provincial e a metrópole romana”, afirmou o INRAP em nota.
Em meio aos destroços, que sugerem um incêndio, os arqueólogos descobriram três estatuetas de bronze com impressionantes detalhes:
Marte: A representação do deus da guerra mede 18 cm de altura e exibe detalhes curiosos, como olhos incrustados em prata, um peitoral decorado com a Medusa e um relevo da loba Capitolina amamentando Rômulo e Remo. A estatueta repousa sobre uma base circular com adornos em prata e cobre.
Touro: Com 16,7 cm de largura e 11,6 cm de altura, a estatueta destaca-se por seu realismo, com olhos prateados e uma base retangular que demonstra habilidade artística.
Figura feminina: A mais intrigante das três, a figura mede 30,7 cm e mistura elementos mitológicos. Foi empregado um capacete decorado com uma esfinge e segura a clava de Hércules, apoiada sobre a pele do Leão de Neméia. Fendas nas costas sugerem que a figura poderia ter asas, levantando debates sobre sua interpretação simbólica.
A qualidade dos afrescos e das estatuetas indica que os proprietários da domus pertenciam a uma elite abastada, profundamente influenciada pela cultura romana. “A riqueza do repertório decorativo aponta para proprietários ricos com fortes laços com as tradições artísticas romanas”, destacou o INRAP.
No entanto, a localização periférica da residência intriga os pesquisadores. Apesar de distante do fórum — o núcleo político e religioso de Durocortorum —, a casa demonstra uma opulência que levanta questões. Seria uma vila suburbana para uma família poderosa ou o lar de uma elite local conectada ao centro da cidade?
A descoberta não só reforça a importância de Durocortorum como um centro cultural na Gália Romana, mas também oferece novas perspectivas sobre a vida e os valores da elite provincial durante o Império Romano.
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