Conheça a bizarra saga pelo qual passou o órgão sexual do líder militar francês
Vítor Soares, professor de História Publicado em 21/11/2021, às 09h00 - Atualizado em 26/05/2023, às 11h32
Há mistérios entre o céu e a terra que, talvez, seja melhor mantê-los como mistérios mesmo. Mas para quem discorda dessa frase e quer encontrar a verdade, seja ela do tamanho que for, tem que estar preparado pra aguentar coisas que podem, muitas vezes, ser desagradáveis... Ou flácidas.
Sim, eu forcei um pouco algumas palavras para falar do pênis do Napoleão – "flácidas" não faz sentido nenhum com a frase. De qualquer forma, só fiz isso porque estamos entrando num tema muito peculiar. Tá bom, parei.
Napoleão Bonaparte faleceu em 1821, seis anos após ter perdido a lendária Batalha de Waterloo. Seu legado como imperador francês abalou as estruturas do mundo ocidental de tal maneira que a Revolução Francesa e as Guerras Napoleônicas são constantemente tratadas como os fatores que deram início à Idade Contemporânea, tamanho foi o legado do general corso.
A autópsia teve muitos médicos presentes. Afinal, era o grandioso Napoleão Bonaparte. Um homem diferente, aquele que mudou o mundo ocidental. Acontece que durante a autópsia, de alguma forma, aconteceu algo bizarro: o pênis de Napoleão foi roubado.
Não só o pênis, mas diversas partes do corpo – como órgãos – também foram levadas. Um criado de Napoleão disse em suas memórias que aproveitou um momento em que os ingleses não estavam olhando para pegar alguns pedaços de sua costela.
De acordo com Tony Perrottet, autor do livro 'As Partes Privadas de Napoleão: 2.500 anos de História Descompactada (2008)', um dos médicos que participou da autópsia pegou o pênis, guardou-o e, mais tarde, teria vendido o “instrumento” a um padre italiano que levou para Córsega, terra natal do imperador – e do pênis.
Acontece que há muita discussão sobre a veracidade desses fatos. Existe outra teoria de que, na verdade, o próprio padre possa ter roubado o pênis; também discute-se bastante sobre tudo não ter sido um grande acordo entre os médicos que faziam a autópsia, afinal, tirar órgãos e partes do corpo durante uma autópsia é algo comum.
O próprio Napoleão pediu para que o seu coração fosse retirado e enviado para Maria Luísa, sua esposa, desejo este que não foi realizado pelos médicos.
O “napoleãozinho” ficou décadas com a família do padre, na Córsega. Porém, em 1916, um colecionador britânico comprou o “falecido”, tornando-o público. De acordo com Perrottet, “O pênis adquiriu um status mítico. (...) Estava em uma pequena caixa de couro, congelado pelas temperaturas frias. Ele não foi colocado em formaldeído, o que piorou o desgaste”.
Em 1927 ele foi exposto em Nova York por um comerciante que alegou ter comprado alguns anos antes. Cinquenta anos depois, o urologista e professor de Urologia da Universidade de Colúmbia, John Lattimer, comprou o "pequeno cavalo-marinho", como descreveu um visitante da exposição, por US$ 3.800.
O pênis ficou com ele até 2007. Com sua morte, o pequeno bastão foi passado para sua filha, como herança. Ela foi entrevistada pelo próprio Tony Perrottet, e o momento em que o autor do livro e o órgão do militar francês se encontram está registrado em um vídeo.
Sim: o pênis é considerado bem pequeno. Mas enquanto o seu pênis está em Nova Jersey, do outro lado do mundo está o resto do corpo de Napoleão Bonaparte. Em uma cripta fria, sob a cúpula de Les Invalides, em Paris.
No episódio de hoje do podcast ‘Desventuras na História’, o professor de História Vítor Soares, que possui o podcast 'História em Meia Hora', apresenta de forma descontraída a história das ocasiões em que o coração deste famoso líder francês foi fisgado (não literalmente).
Vale lembrar aqui que, no 'Desventuras na História', também é possível saber mais sobre as vidas de Maria Antonieta, Dante Alighieri, Alexandre, O Grande, Gengis Khan e Dom Pedro I.
Abaixo, você confere o episódio intitulado 'Os amores de Napoleão Bonaparte':
Sem dúvidas, Napoleão Bonaparte é um dos nomes históricos mais emblemáticos e dos últimos tempos. Dividindo opiniões, o líder político e militar ainda hoje instiga o imaginário popular; para uns um gênio divino e para outros, um monstro megalomaníaco.
Sua saga é relembrada na obra Napoleão: O homem por trás do mito, escrita por Adam Zamoyski. O autor apresenta ao público a história completa de Bonaparte, sendo capaz de elaborar um perfil inovador do nome histórico.
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