Suas 60 histórias inspiraram uma legião de cineastas
Coluna - Daniel Bydlowski, cinasta Publicado em 22/05/2021, às 00h00
Elementar, meus caros leitores, Arthur Conan Doyle revolucionou a literatura criminal e consequentemente o cinema. O escritor escocês era médico e ficou conhecido por suas 60 histórias do quase real detetive Sherlock Holmes.
Inicialmente foi criado dentro dos preceitos de um colégio Jesuíta, mais tarde, inspirado pelo escritor Thomas Babington Macauley, se tornou agnóstico. Se formou em medicina na Universidade de Edimburgo e atuou em sua área.
Tentou medicina naval, depois clínica e começou a atender em 1 Bush Villas em Elm Grove, e entre um paciente e outro, escrevia. Terminou a sua vida em um consultório de oftalmologia em Londres e recebia poucos pacientes, se dedicando ainda mais à escrita, até a sua morte de ataque cardíaco em julho de 1930.
Mas para comemorar os anos de vida do criador, vamos falar da criatura mais bem-feitas dos últimos tempos, o lendário Holmes.
Sua primeira aparição foi na notável obra de Doyle, Estudo em Vermelho, publicada no Beeton’s Christmas Annual de 1887. Claramente, o personagem foi inspirado em seu professor Joseph Bell, porém existem pessoas que veem semelhanças com C. Auguste Dupin, criado por Edgar Allan Poe. Logo após o detetive ser apresentado ao mundo, suas outras histórias foram publicadas na inglesa Strand Magazine.
O personagem é um espirituoso detetive que atuou entre os séculos 19 e 20, nas eras vitorianas e eduardianas. Para ficar mais distinto ainda, o cenário em que Holmes atuava eram cartões postais de Londres.
Ele não era qualquer investigador, suas armas contavam com metodologias científicas e lógica dedutiva. Era uma habilidade incrível de enxergar o que ninguém era capaz de ver e desvendar mistérios que pareciam insolúveis antes de sua chegada, Sherlock Holmes virou sinônimo de casos resolvidos.
Chegou a ser listado no Guinness World Records! Foi o personagem de filme mais retratado do mundo. Ainda, virou meme! E era tão real que existem pessoas que acreditam que ele existiu de verdade. Além disso, era um retrato da cultura britânica de época, o que talvez trazia mais veracidade ainda.
Vamos falar de cinema e séries, além dos filmes em que Sherlock Holmes aparecia, temos muitos outros que foram inspirados em sua persona.
A construção do aniversariante Doyle fez um legado inegável, sua genialidade não pode ser esquecida e muitos cineastas deixaram escancarado a egéria que resultou personagens de suas produções cinematográficas.
Lógica! Esse era o mote do personagem mais queridinho da série que passava em Las Vegas. O entomólogo forense, com licenciatura em Criminologia Bioquímica, pegou alguns dos insights de Holmes para ser assertivo e conquistar mais de 7 mil casos resolvidos durante sua carreira.
Arrogância! Afinal o eterno Holmes não era de todo um espetáculo, ele era bastante esnobe. Sua atuação é preferivelmente sozinha e por muitas vezes é bastante grosseira, assim como nosso famoso detetive.
Até o Homem Morcego? Jim Krieg ao criar a animação Batman: Gotham by Gaslight, se inspirou no ícone criado por Doyle. O animador era um fã das histórias do investigador, as quais leu incessantemente para dar o tom detetive que o Cavaleiro das Trevas tem.
Sim, aquele gênio maluco teve também algumas, ou muitas, questões parecidas com Holmes. Além de usar lógicas que ninguém é capaz de pensar e ser extremamente rabugento, o seu atirador tem o nome de um inimigo do detetive, Moriarty, além do mais, ele também gosta de música e mora no número 221. Inspiração, ou só trocaram a área profissional?
Como sempre à frente de seu tempo e utilizando todas as referências que criam sucesso inigualáveis, ela também copiou. Sir Lock Holmes, uma versão mais atrapalhada, bem mais, é claramente influenciada pelo nosso ícone. Com as vestes casaco, boina e cachimbo, ele desafina no violino, mas sempre salva o dia.
Outro personagem que a grande produtora fez como inspiração foi Berloque Gome. Ele não é cômico, e ajuda o Mickey a desvendar alguns mistérios.
Genialidade? Confere! Roupas antigas? Confere! Detetive? Confere! Transtorno Obsessivo Compulsivo? Opa, essa é a diferença. Monk tem essa peculiaridade, mas é igualmente sagaz e esquisito. Porém, ainda é uma versão mais moderna e, particularmente, acredito que gera mais empatia do que Holmes.
O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.
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