Não há como negar, cada foco de um longa-metragem nos causa um sentimento ímpar
Redação Publicado em 19/08/2022, às 12h04
Em 19 de agosto comemoramos o Dia mundial da fotografia e o cinema tem muito a agradecer esses instantes que guardam memórias afetivas relevantes para quem vê.
Foi no começo do século 19 que a fotografia surgiu, a partir de um aparelho chamado daquerreótipo, patenteado por Loius Daguerre. Diferente da tecnologia atual, o instrumento utilizava a luz do sol para expor a gravura. E foi em 1871 que o sistema evoluiu e apareceram as famosas fotografias instantâneas.
Agora no cinema, o fotógrafo Eadweard J. Muybridge, também no século 19, motivado pela captura de imagens em movimento, se atentou que quando um corpo era fotografado 24 vezes, com pequenas diferenças de posições e foleado rapidamente, parecia estar em moção. Base utilizada até hoje no cinema.
Mas qual a importância para os filmes? Imagem, cores e iluminação, sem esses quesitos, não existiriam. Essas duas peças, cinema e fotografia, estão intimamente ligadas. Tanto é que temos na maior premiação do mundo para a sétima arte, o Oscar, uma categoria própria dedicada ao que chamamos de oitava arte.
Desta forma, não só a estatueta deu importância, mas começaram a surgir vários conceitos como a estética da fotografia, as tecnologias e formas de posicionar a câmera para que esse elemento fosse um grande gerador de emoções.
Então, prepare-se! Vou elencar alguns longas que trazem fotografias inesquecíveis e que certamente vão instigar seus sentimentos!
Na história que conta a aventura de um menino, um orangotango, uma zebra, uma hiena e um tigre de bengala em alto mar, com certeza a natureza está presente. As imagens são de tirar o fôlego de qualquer pessoa. São incríveis cores vivas equilibradas de forma inigualável, as vistas delineadas e posições certeiras para dar ao espectador a sensação de estar em cada ponto que o personagem passou, poderia ser uma fórmula para o desastre, mas magicamente é uma das fotografias mais certeiras que o cinema já viu.
Enquadramento, com certeza, é o estopim desse longa que escancara preconceitos. Um jovem negro morador de uma comunidade pobre de Miami e sua jornada pela vida.
Poderia de fato ser um degrade brega de azul, mas com maestria os tons deixaram o cenário marcante a ponto de mexer com o emocional de muitas pessoas. A sutileza da arte fotográfica nos deixou a verdadeira sensação da busca por autoconhecimento do personagem.
Esse filme com certeza exprime as fotos que muita gente gostaria de ter no perfil, não com o peso da tristeza da história de uma família manipulada por uma pessoa, mas pela beleza do clique. Cada posição dos personagens mostra as mudanças que o enredo propõe ao longo da trama, nos ligando intimamente com aquela humanidade inspiradora e avassaladora ao mesmo tempo.
Baseado na fotografia real da criança rodeada por abutres em meio ao apartheid na África, cada ponto de imagem mostra a tristeza, a miséria e o medo da população. Fome, sede e fúria são sentimentos facilmente detectáveis mesmo que o filme fosse mudo. Nesse longa é possível ver a beleza em meio ao caos e chega a ser incomodo. Ainda muito propício à data que estamos comemorando, afinal, eram repórteres em busca da foto perfeita.
O filme brasileiro mostra a realidade das comunidades no Rio de Janeiro. Cada imagem nos dá a sensação de estar dentro de todos os esquetes feitos.
Ainda, temos dois enquadramentos extremamente marcantes: o dadinho ainda criança apontando a arma e a gangue de meninos traficantes em embate. Toda a filmagem da vista da favela traz também um entendimento que há vidas ali, há beleza.
Este é bem antigo e como podemos dizer “foi na raça”. A história é de um rapaz que assume um cargo no governo Mussolini e tem uma missão que vai mexer com ele. As cores são frias e é tudo muito estático. Os enquadramentos não são tão convencionais. Mas a fotografia construída toda em cima do personagem traz um dos mais belos trabalhos do cinema.
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