Para evitar um novo colapso, entretanto, os cientistas dizem que as decisões do governo teriam que ser mais severas. Confira!
Fabio Previdelli Publicado em 10/02/2021, às 00h00
De acordo com um grupo de pesquisadores, Manaus pode passar por uma terceira onda de Covid-19. Segundo informações do UOL, o grupo é o mesmo que publicou um artigo na revista Nature, em agosto do ano passado, prevendo que o município enfrentaria um colapso em seu sistema de saúde, algo que se concretizou recentemente.
Além disso, caso as autoridades não implantem um sistema de lockdown que atinja, pelo menos, 90% da população manauara, além da vacinação em massa mais acelerada que o restante do país, os pesquisadores acreditam que a crise sanitária possa se espalhar por todo território nacional.
"Sem o isolamento social adequado, Manaus deve enfrentar uma terceira onda ainda em 2021", destacou o primeiro autor do artigo, Lucas Ferrante, que também é biólogo e doutorando no programa de Biologia do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
"É necessária uma fiscalização forte da polícia para garantir o fechamento de Manaus. Além disso, é impensável a volta às aulas presenciais para qualquer local do Brasil neste momento, justamente para impedirmos o espalhamento da variante que surgiu no Amazonas", completou.
O cientista ainda recomendou que todas as fábricas e o Distrito Industrial em Manaus devam interromper suas atividades por enquanto. Segundo ele, as indústrias "podem parar sem quebrar e sem deixar de pagar o salário de seus funcionários".
"Não existe lockdown em Manaus hoje, apenas um isolamento parcial que já sofre pressões para a reabertura da cidade. Uma reabertura, mesmo que gradual, propiciaria um cenário de manutenção da pandemia, e um ritmo de casos e mortes alto durante todo o ano e entrando em 2022", ressaltou Ferrante.
O biólogo ainda diz que, caso medidas drásticas de isolamento não sejam aplicadas, o que conteria o surgimento de cepas, a taxa de transmissão e mortalidade por Covid-19 deve se manter igual durante todo o ano de 2021. "Isso deverá propiciar novas mutações, o que pode culminar em uma nova variante resistente às vacinas já produzidas”, alerta.
Lucas ainda explica que a segunda onda vivida em Manaus não é fruto da nova cepa identificada na região, que é mais transmissível e pode ser mais fatal também.
"Essa segunda onda é fruto da negligência de governador e do prefeito da capital, de não terem decretado um lockdown severo por algumas semanas no ano passado", concluiu.
Nas próximas semanas, o grupo deve publica um artigo com as projeções da Covid-19 para o ano de 2021.
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