Pouco antes da Segunda Guerra estourar, Edith Pretty e o arqueólogo Basil Brown embarcaram em uma das escavações arqueológicas mais importantes da Grã-Bretanha
Isabela Barreiros, sob supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 04/02/2021, às 15h24
O lançamento da produção da Netflix “A Escavação” acendeu novamente a chama dos amantes da arqueologia neste último mês. O filme contou um caso impressionante de descoberta arqueológica que aconteceu em uma propriedade conhecida como Sutton Hoo, no sul da Inglaterra, em 1938.
“A Escavação” chamou a atenção do público de todo o mundo de volta para esse acontecimento que marcou a história da Grã-Bretanha. Surpreendendo os assinantes da plataforma de streaming, a produção de Simon Stone subiu para o top 10 das mais assistidas do Brasil na última semana.
Pensando nisso, a Aventuras na História decidiu explicar a descoberta de Sutton Hoo em 5 curiosidades. Confira!
1. Como tudo começou
O casal Frank e Edith Pretty comprou uma propriedade em uma região tranquila, porém cercada de boatos, em Suffolk, no sul da Inglaterra. Os dois viveram no terreno, que ficou conhecido como Sutton Hoo, até a morte de Frank.
Alguns anos depois, já viúva, Edith decidiu que daria uma chance aos relatos que ouvia sobre a propriedade e decidiu escavar a terra que apresentava formações peculiares. Ela entrou em contato com o arqueólogo autodidata, Basil Brown, que continuou o processo e foi responsável pelas impressionantes descobertas.
2. As principais descobertas
A primeira descoberta feita pelo arqueólogo amador foi em um monte pequeno, o que demonstrava que ainda tinha muito a ser encontrado. Ele encontrou três túmulos contendo resquícios de restos humanos, mas era apenas o começo.
A maior surpresa veio em 1939, quando os dois retomaram a escavação, que agora seria realizada na maior formação do terreno, a que estava mais próxima da casa. O arqueólogo se deparou com um longo navio, que tinha mais de 25 metros de comprimento. Tratava-se de uma embarcação anglo-saxã.
3. Artefatos
A grande estrutura por si só já era uma impressionante descoberta arqueológica, mas o que havia dentro dela mostrou-se como um verdadeiro tesouro. O navio com colunas de madeira guardava 263 artefatos, e alguns deles, como armas, fivelas, distintivos e um impressionante capacete, foram considerados raros.
Foi a primeira vez que pesquisadores identificaram artefatos desse modo, lançando luz a essa cultura do passado da região. Ainda assim, foram encontrados itens mais comuns, mas não menos importantes. Moedas e talheres, que já existiam aos montes em em museus nacionais, são alguns exemplos.
4. Importância
A pequena escavação realizada na propriedade de Pretty acabou revelando uma das mais importantes descobertas da região: aquele foi considerado o maior enterro de um navio anglo-saxão já encontrado na história da arqueologia. Muitos dos objetos também não tinham sido descobertos antes.
O período histórico ainda se mostrou como um notável diferencial para as escavações. A Segunda Guerra estava prestes a estourar, e Edith decidiu que doaria todos os itens raros identificados ao British Museum. Sim, de graça: aquela foi uma atitude que tinha como objetivo enaltecer o patriotismo durante o confronto diplomático.
5. Inspirando romance e filme
Em 2007, o jornalista inglês John Preston lançou ‘The Dig’ (A escavação), um romance histórico que narrava o processo de escavação em Sutton Hoo. A obra foi descrita em sua contracapa como "um relato brilhantemente realizado da escavação arqueológica mais famosa da Grã-Bretanha nos tempos modernos".
Mas essa não foi a única adaptação do acontecimento para outras produções. Como se sabe, Simon Stone dirigiu um longa-metragem que leva o mesmo nome e também representa o importante momento na história da Grã-Bretanha. Baseado em uma história e personagens reais, o filme se mostrou de enorme notoriedade.
Assista ao trailer abaixo!
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