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Todos contra a Geórgia

Em mil anos de existência, o país teve poucos momentos de paz

José Sérgio Osse Publicado em 02/06/2009, às 03h34 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Localizada no extremo leste da Europa, a Geórgia é uma nação cristã fundada mil anos atrás, em 1008. Desde então, já foi controlada por vários povos poderosos dos arredores, incluindo os persas, os otomanos e os russos. A influência de Moscou, que começou em 1800, permanece até hoje – prova disso foi a recente campanha militar que invadiu o país sem dó nem piedade. A Geórgia só foi independente e desenvolvida por períodos curtos. Em compensação, em um desses momentos, experimentou uma espécie de prévia do Renascimento europeu.

Essa fase áurea teve início em 1089, quando subiu ao trono Davi IV (1073-1125). O rei tinha apenas 16 anos, mas era um político talentoso e um hábil líder militar. Ele pacificou a região, expulsou os invasores e consolidou o país. Feito isso, instaurou um período de grande liberdade étnica, religiosa e cultural. Com Davi IV, estavam construídas as bases sobre as quais sua bisneta, a rainha Tamar (1160-1213), iria fazer da Geórgia um país de ponta. Datam da gestão da soberana as principais catedrais do país, incluindo a da capital, Tblisi. Em seu governo, também foi escrito o principal poema épico nacional. Intitulado O Rei na Pele da Pantera, ele foi composto por Shota Rustaveli, um poeta que, segundo a lenda local, teria se apaixonado pela rainha e terminado seus dias isolado em um mosteiro por causa do amor não correspondido.

Quando Tamar morreu, a Geórgia estava no auge. Seus limites se estendiam do mar Cáspio ao mar Negro e alcançavam territórios que hoje pertencem aos vizinhos Armênia, Azerbaijão, Turquia e Rússia. Essa pujança cultural e militar começou a ruir com a captura de Tblisi por mongóis em 1226, 13 anos após a morte da rainha. Desde então, o país nunca mais foi o mesmo. A ex-república soviética é independente desde 1991, mas, como os acontecimentos recentes provaram, essa autonomia ainda é muito frágil.

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