Durante séculos, cristãos fizeram enterros em igrejas e mosteiros
Álvaro Oppermann Publicado em 01/07/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36
O frei Galvão (1739-1822), primeiro santo brasileiro, não está enterrado em nenhum cemitério. Seu corpo fica em uma capela dentro do mosteiro da Luz, no centro de São Paulo. O mesmo acontece com Diogo Antônio Feijó (1784-1843), regente do Império entre 1835 e 1837, que está na catedral da Sé, também em São Paulo. Em Olinda, a igreja Nossa Senhora do Carmo abriga os ossos de 300 religiosas. Sinal de que os esqueletos de freiras, encontrados recentemente no mosteiro da Luz, são apenas reflexo de um hábito quase tão antigo quanto o cristianismo, o de sepultar pessoas em igrejas, mosteiros e conventos.
Nos primórdios da religião cristã, quando os romanos perseguiam os fiéis, era preciso se esconder em vida, mas também depois da morte. Para garantir a proteção dos corpos dos mártires, os cristãos escavavam catacumbas, túneis que serviam de local de celebrações e espaço para sepultamentos. Durante quatro séculos, Roma ganhou 40 grandes catacumbas, com destaque para a de São Calisto. Quando acabou a perseguição, os enterros foram transferidos para dentro de edifícios religiosos.
Os restos mortais eram envoltos em argila e cobertos com terra e cal. Como as paredes não tinham boa vedação, as igrejas viviam imersas em um leve – e permanente – odor de carne apodrecida (eca!). No Brasil e no mundo, esse costume só caiu em desuso no século 19, graças às pesquisas sobre as formas de transmissão de doenças. Mas a tradição era tão forte que, em várias cidades, os habitantes protestaram contra os primeiros cemitérios.
O complexo, o maior de Roma, abriga nove papas. Era tão secreto que só foi encontrado em 1854.
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