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Pegar praia é costume antigo?

Até o século 18, os europeus não achavam civilizado ficar lagarteando na areia

01/12/2007 00h00 Publicado em 01/12/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Até o começo do século 18, ninguém tomava banho de mar. Mas tudo começou a mudar com a teoria de um médico inglês, John Floyer. Segundo estudos do doutor Floyer, a água (especialmente a salgada do canal da Mancha) era um santo remédio. O médico acreditava que o mar tinha poderes milagrosos para curar uma série de doenças – ele receitava banhos até para paralíticos. Sua obra inaugural, História do Banho Frio, foi publicada em dois volumes, em 1701 e 1702.

A corrida às praias na Europa, no entanto, começou mesmo meio século mais tarde. Em 1749, outro inglês, o doutor Richard Frewin, descreveu a primeira cura por banho de mar. Na França e na Grã-Bretanha, banhos de mar passaram a ser recomendados para distintas senhoras com doenças físicas e até psíquicas. As teorias sobre o benefício dos banhos não paravam de crescer na Europa.

Sessenta anos depois, a literatura médica estava recheada de obras sobre o tema. Várias delas foram trazidas para o Brasil. Por isso, quando, em 1810, o rei dom João VI não parava de reclamar sobre sua perna com seus médicos, eles resolveram tentar a receita. O monarca estava com a perna infeccionada por causa de um carrapato e, por recomendação médica, foi banhar-se nas águas salgadas da praia do Caju, hoje um lugar degradado na zona portuária do Rio de Janeiro.

Deu certo: o monarca curou-se. Com o sucesso, os banhos atraíram a corte portuguesa alojada no país. Logo surgiram as primeiras casas de banhos terapêuticos, que ofereciam aos banhistas piscinas com água do mar e locais para se trocar e guardar as roupas.

 

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