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Paulistanos da gema

O beirute e o polpettone foram inventados na cidade de São Paulo

Flávia Pinho Publicado em 24/08/2009, às 06h49 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Muita gente acha que o sanduíche beirute foi importado da culinária árabe, e que o tradicional polpettone, aquele bolo de carne recheado de queijo e mergulhado em molho de tomate, é receita italiana. Pois acredite, esses dois pratos tão populares são invenções de restaurantes paulistanos. E, de tão famosos, já são copiados pelo país afora. Veja onde e como eles surgiram:

Lá pelos anos 50, era moda na cidade o sanduíche bauru, feito com pão francês e recheio quente de tomate, queijo e rosbife. A receita em versão adaptada, com pão de forma, estava no cardápio do Dunga, lanchonete localizada no bairro do Paraíso, propriedade os irmãos libaneses Jorge e Fauze Farah. Eis que, um belo dia, faltou pão de forma, e a solução foi substituí-lo por pão sírio. O toque final foi uma pitadinha de záhtar, especiaria árabe. Para diferenciá-lo do bauru, a dupla batizou o novo sanduíche de beirute, em homenagem à capital do Líbano. E acabou entrando para a história.

Quando os imigrantes italianos desembarcaram em São Paulo, trouxeram na bagagem, entre outras receitas, um tradicional bolo de carne, o polpettone. Mas a versão que ficou mais conhecida por aqui, com queijo e muito molho, saiu da cozinha da cantina Jardim de Napoli, propriedade de Antonio Buonerba, na década de 70. No começo, era feito de pontas de filé mignon descartadas. Depois de batida, a carne era recheada com mussarela, empanada e frita. A receita de hoje é diferente, secretíssima, e já foi até patenteada.

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