Doença descoberta por nazista vai ser rebatizada
Tiago Cordeiro Publicado em 01/04/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36
Em 1936, o médico alemão Friedrich Wegener identificou uma inflamação rara nos vasos sanguíneos. É uma doença de difícil diagnóstico, que afeta rins e pulmões. A partir da década de 50, o problema ficou conhecido como “granulomatose de Wegener”. O doutor morreu em 1990, cercado de homenagens. Em 2000, o passado de Wegener veio à tona em um artigo de dois médicos para a revista The Lancet.
Ele tinha participado do Partido Nazista desde 1932 e, na Segunda Guerra Mundial, trabalhou em um ambulatório a três quadras de um gueto judeu na cidade de Lodz, na Polônia. Suspeita-se também que ele tenha participado de experimentos com cobaias humanas em campos de concentração. Desde que essa história veio à tona, médicos americanos discutem que novo nome vão dar para a doença – e, enquanto isso, preferem chamá-la por seu nome genérico, vasculite.
O caso é muito parecido com o do médico alemão Hans Conrad Reiter, um oficial nazista cujo nome descrevia um tipo raro de artrite. Desde que sua história veio à tona na década de 90, o nome “síndrome de Reiter” foi lentamente substituído por “artrite reativa”.
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