Mais de 250 mil peças nos levam a uma viagem de 5 mil anos
Texto Camila Carvas Publicado em 01/06/2007, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36
Um vermelho escuro pinta as paredes do prédio de dois andares e 10 mil metros quadrados. Lá dentro, 250 mil peças datadas desde a Pré-História até o período greco- romano. Entre elas, artefatos de tumbas de faraós, monumentos de 50 séculos e a múmia de Ramsés II – além de parte do fabuloso tesouro de Tutancâmon, com 1700 peças.
Cercado por guardas, o museu recebe, por dia, cerca de 7 mil turistas do mundo todo. Guias locais falam vários idiomas. Nenhum estrangeiro caminha sozinho. Seguranças apalpam todas as sacolas, revistam cada pessoa e proíbem máquinas fotográficas. “Fazemos isso para proteger nossa indústria turística”, diz o guia Said Mahamoud.
Construído em 1900 e inaugurado um ano depois, o museu tem no jardim principal um espelho d’água onde crescem as plantas aquáticas papiro e lótus, símbolos do Egito. Do lado de dentro do prédio neoclássico, a recepção é feita por duas estátuas monumentais de Ramsés II e seu filho Meneptah. Os guias logo ensinam que os egípcios costumam dar o primeiro passo sempre com a perna esquerda, que estaria ligada ao coração – todas as estátuas feitas em homenagem a pessoas que estavam vivas têm a perna esquerda na frente.
www.egyptianmuseum.gov.eg
1. GRANDALHÃO NEGRO
A peça, feita de argila, tem 2,3 metros de altura e representa o rei da 11ª dinastia (2081-1938 a.C.) sentado na posição de Osíris (braços cruzados sobre o tronco), com vestido branco e coroa vermelha. O corpo, em parte oculto pelos trajes, é negro. A rara estátua do faraó faz parte de um grupo de oito monumentos encontrados num templo-monastério do vale de Deir- el-Bahari.
2. ANÃO SENEB
Esta obra-prima da sexta dinastia (2325-2150 a.C.) representa o anão Seneb (que, sem nenhum cargo importante, casou-se com uma princesa). Ele está sentado com sua esposa, que o abraça afetuosamente, e seus dois filhos, que ocupam o lugar deixado livre por suas pernas curtas. Está esculpido em pedra calcária.
3. OLHOS DE QUARTZO
A estátua de madeira remonta ao Antigo Reinado (2575-2134 a.C.) e representa um nobre, Ka-aper, que viveu em Mênfis por volta de 2500 a.C. Seus olhos são feitos de quartzo e suas pálpebras, de cobre. A estátua é formada por vários pedaços de madeira pintada.
4. ESCRIBA SENTADO
A profissão de escriba era considerada uma das mais dignas – provavelmente porque, por sua cultura e sabedoria, ele vivesse próximo do faraó. Esta estátua da quarta dinastia (2575-2465 a.C.) é feita de pedra calcária pintada e representa um escriba desconhecido.
5. FAMÍLIA DE GRANITO
Este grupo feito de granito na 18ª dinastia (1550-1307 a.C.) representa o chefe de Tebas, Sen-Nufer, e sua esposa Seth-Nofer. Entre os dois, até a altura dos joelhos, está a filha do casal, Mutneferet. A obra foi feita durante o reinado do faraó Amenófis II, marcado pela paz e prosperidade.
6. OURO MACIÇO
Dentro do sarcófago do faraó-menino havia três caixões antropomórficos (com forma humana). A múmia estava no último, feito de ouro maciço. Ele está exposto ao lado de 1700 outras preciosidades de Tutancâmon.
7. MINIFARAÓ
A figura de Quéops, o segundo rei da quarta dinastia, está ofuscada pela monumental câmara mortuária que construiu – a Grande Pirâmide de Gizé.A única imagem do faraó encontrada até hoje é esta: apesar de pequena (10 centímetros), a estátua de marfim tem importância arqueológica.
8. SALA DAS MÚMIAS
Com 12 múmias de reis ou grandes autoridades da época, a sala é fechada e tem sua temperatura controlada. A entrada é cobrada separadamente. Cada turista morre com mais 70 libras egípcias (cerca de 25 reais) para ver, por exemplo, a múmia do grande faraó Ramsés II.
9. PRÍNCIPE E PRINCESA
Talhadas em pedra calcária em dois blocos, as estátuas representam o príncipe Rahotep, sumo-sacerdote de Heliópolis, e Nofret, sua esposa. A cor da pele da princesa, mais clara, mostra que que as mulheres não trabalhavam fora de casa e, por isso, não tinham a pele queimada.
10. CAPRICHO
A estátua, feita de diorito, mede 1,68 m e representa o faraó Quéfren sentado e protegido pelo deus Hórus, simbolizado por um falcão. Quéfren foi responsável pela construção da segunda pirâmide de Gizé. Esta é provavelmente a mais fina escultura do Antigo Reinado descoberta até hoje.
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