Local abriga coleção de ex-presidente do Comitê Olímpico
Renata Chiara Publicado em 01/08/2008, às 00h00 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36
Em uma cidade em que 30% da população é de origem chinesa, não é de estranhar que exista um museu dedicado à cultura asiática. O Museu de Arte Asiática de São Francisco existe para divulgar a cultura da China e de vizinhos, como Vietnã, Índia e Mongólia. No início, o museu surgiu para guardar a coleção de Avery Brundage (1887-1975), ex-presidente do Comitê Olímpico Internacional. Seu interesse pelo tema foi despertado na Olimpíada de 1936, em Berlim, quando ele viu uma exposição de peças chinesas. Manteve seu acervo em Chicago até 1959, e então resolveu presentear São Francisco. Desde 2003, as obras estão no edifício da antiga Biblioteca Pública da cidade americana.
Site oficial: www.asianart.org/
ROUPA MILENAR
O quimono é a roupa mais tradicional do Japão. O modelo com decote transpassado data do século 8 e foi inspirado na moda chinesa, que ficou popular entre os japoneses naquela época. Cada corte, cor e tecido tem significado, e cada situação requer um modelo. O museu expõe exemplos de épocas e estilos diversos.
BUDA DANÇANTE
Para o budismo tibetano, uma das faces de Buda é a de Simhavaktra Dakini, uma divindade que dança e tem o cabelo para cima. Os ossos estampados no peito demonstram que ela ultrapassou os ciclos da vida e da morte. A pele de tigre amarrada na cintura simboliza vitória. A escultura de madeira tem posição de destaque na galeria de peças himalaias.
CACHIMBO DO TIGRE
Algumas histórias infantis coreanas começam com: “Era uma vez, há muito tempo, quando o tigre fumava um cachimbo...” No folclore local, o tigre representa o espírito das montanhas, que afasta o mal. A imagem está estampada neste vaso do século 18. O uso de cobalto para decorar peças de porcelana é uma tradição que os coreanos importaram da China há mais de 500 anos.
DEUSA
Além de peças de decoração e obras de arte, Avery Brundage também colecionava jóias asiáticas. Uma das peças atualmente em exposição é este colar nepalês, de prata com pedras semipreciosas. No pingente de turquesa, há um desenho da deusa hindu Durga, de dez braços e três olhos. Ela é uma guerreira valente, que, de acordo com a lenda, derrotou um demônio em forma de búfalo.
OBJETIVOS PESSOAIS
O museu dá ao visitante a oportunidade de observar a vida privada de chineses de séculos atrás. Um dos muitos objetos de uso pessoal é um porta-escovas de bambu, de aproximadamente 1650. A peça tem talhada a imagem do Pavilhão Yueyang, uma obra-prima da arquitetura chinesa produzida na província de Hunan, na região centro-sul do país.
CAIXINHA
O acervo indiano do museu tem peças que ilustram a cultura sikh, religião surgida na região de Punjab, na Índia. Seus seguidores são conhecidos por usar turbante, barba longa e braceletes de prata. Esta caixa de madeira e marfim pertenceu ao rei Ranjit Singh (1780-1839), que fundou o primeiro reinado sikh.
APARIÇÃO
Este riquíssimo trono é originário de Mianmar, onde 90% da população é budista. A imagem simboliza a lenda de um rei arrogante que quis desafiar o poder de Buda. Em resposta, Buda se materializou usando uma coroa cheia de jóias, muito mais valiosas que o tesouro do rei.
PARA A NOBREZA
Um dos destaques da coleção é um rinoceronte de bronze que tem mais de 3 mil anos. A relíquia foi encontrada na província chinesa de Shangdong, por volta de 1845. O interior da peça é oco e há uma abertura em cima, o que indica que o objeto deve ter sido usado para servir comida em rituais da realeza.
TESOUROS AFEGÃOS
O museu promove exposições que divulgam certo país ou época. Em outubro, recebe tesouros arqueológicos afegãos do Museu Nacional de Cabul. A exposição explora a riqueza cultural do período que vai de 2500 a.C. até o crescimento do comércio na Rota da Seda, no século I. Essa exposição vai até 25 de janeiro de 2009.
HORA DO CHÁ
Além dos quimonos, outra tradição que saiu da China e conquistou o Japão foi a degustação de chás. Há séculos, os japoneses usam a bebida para demonstrar hospitalidade. A cada dois meses, o museu faz demonstrações da cerimônia do chá. Os eventos são tão concorridos que é preciso se registrar antes para garantir vaga.
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