As cartas serviram durante muito tempo como fontes de informação
Carolina Galassi Publicado em 01/11/2006, às 00h00 - Atualizado em 18/01/2018, às 09h16
Estar bem informado hoje é muito fácil. Basta ir à banca e comprar um jornal. Ou então – mais prático ainda – acessar a internet e ler um jornal online. Mas na Roma antiga as coisas não eram moles assim, não. Lá as notícias eram divulgadas por meio da Acta Diurna Populi Romani (“Relatos diários ao povo de Roma”). Escrita em placas por ordem de Júlio César e exposta diariamente em locais públicos de Roma, relatava os acontecimentos do dia anterior e coisas como os feitos militares, crônicas esportivas e obituários. “Era mais propaganda do governo do que informação propriamente dita”, diz o jornalista Matias Molina, especialista no estudo de jornais.
Já da Idade Média até o começo da Moderna, o uso mais comum de transmissão de notícias era a boa e velha carta. Nelas, as pessoas não apenas escreviam sobre suas vidas, mas também sobre os fatos ocorridos na região em que moravam. A maioria dos destinatários era formada por comerciantes, banqueiros e governantes. “Tudo era motivo para ser relatado: a guerra com os turcos, a conquista de Constantinopla, o avanço do protestantismo”, diz Molina. Um exemplo é a carta de Pero Vaz de Caminha, que relata o descobrimento do Brasil. Ainda nessa época, aqui no Brasil, a notícia também era transmitida oralmente por padres durante as missas semanais.
Conforme as cidades iam crescendo, as notícias se tornavam mais segmentadas. O comércio, por exemplo, ganhou folhas de divulgação com informações exclusivas sobre economia. Elas eram fabricadas na prensa móvel, inventada no século 15 por Gutenberg. Em Veneza, na Itália, eram vendidas pelo preço de uma gazeta, a moeda local – daí vem o nome de vários periódicos.
Com a Revolução Industrial, no século 18, as folhas deram lugar aos jornais, já com formato semelhante ao atual. Há controvérsias quanto ao surgimento do primeiro jornal. Oficialmente, teria sido o francês La Gazette, publicado em 1631. No entanto, há registros de que um outro jornal tenha nascido antes, em 1609. Era o alemão Relation aller Fürnemmen und Gedenckwürdigen Historien (“Relação de todas as notícias notáveis e rejubilantes”). No Brasil, o primeiro jornal surgiu em junho de 1808. O Correio Braziliense era impresso em Londres e vinha de navio para cá.
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