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Bienal: arte ao alcance de todos

Iniciada em 1951, a Bienal de São Paulo colocou o Brasil na rota dos grandes festivais modernos

Sérgio Miranda Publicado em 25/05/2009, às 03h13 - Atualizado em 23/10/2017, às 16h36

Em 1950, a socialite Yolanda Penteado (1903-1983) viajou para a Europa com a missão de reunir obras para uma mostra de arte moderna em São Paulo. Na França, ouviu do escritor André Malraux (1901-1976): "Fazer uma exposição internacional é uma grande ousadia". Ela respondeu: "Essa ousadia só terá resultado se ajudada pelo senhor". Com o apoio de Malraux e de várias outras pessoas influentes, Yolanda realizou um sonho seu e de seu marido, o industrial Francisco Matarazzo (1892-1977). Em outubro de 1951, começava a primeira Bienal de Artes de São Paulo. O evento aconteceu em um pavilhão improvisado na avenida Paulista. Para a segunda edição, de 1953, Yolanda reassumiu o papel de embaixatriz. A fim de conseguir que Pablo Picasso (1881-1973) liberasse suas telas, ela foi à praia francesa de Antibes, onde o pintor estava, e, com paciência, acabou por convencê-lo. Em 27 edições, o festival reuniu 57 mil obras, realizadas por 10 mil artistas, para um público total de 6,5 milhões de pessoas. A 28ª Bienal, que começa em 26 de outubro deste ano, terá um andar inteiramente vazio. A idéia é fazer o público pensar no futuro da arte.

57 ANOS DE GRANDES OBRAS
Todos os cartazes e os principais momentos da mostra

1951
Teve 1854 trabalhos, e alguns deles foram comprados e ficaram no Brasil. Foi o caso da escultura Unidade Tripartida, do suíço Max Bill.

1953
Com 3 374 obras, é uma das maiores exposições de arte moderna já feitas. As atenções se voltaram para 51 telas de Pablo Picasso, em especial a Guernica.

1957
Na primeira Bienal realizada no Pavilhão das Indústrias, do arquiteto Oscar Niemeyer, as telas do pintor americano Jackson Pollock (1912-1956), como a Nº 1, roubaram a cena.

1965
Os premiados Maria Bonomi (autora da gravura Isabel Até o Fim) e Sergio Camargo entregam uma moção de protesto ao presidente militar Castello Branco (1900-1967).

1973
Este projeto de Niemeyer para o Parque do Ibirapuera foi exposto na Primeira Exposição Internacional de Arquitetura, que hoje acontece a cada dois anos.

1987
No ano do centenário de nascimento de Marcel Duchamp (1887-1968), uma sala com obras do francês, como Roda de Bicicleta, é a mais visitada.

1996
A 23ª edição apresenta uma grande coleção de quadros históricos, com destaque para O Grito, do norueguês Edvard Munch (1863-1944).

2008
A nova Bienal terá um andar totalmente vazio. Ele vai ficar entre uma praça, usada para apresentações, e uma biblioteca com documentos sobre a história do evento.

Acervo

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