Em 2003, a descoberta de um recipiente com uma pasta branca impressionou arqueólogos em Londres
Publicado em 23/10/2023, às 18h08 - Atualizado em 24/10/2023, às 19h32
Arqueólogos britânicos encontraram, durante escavações realizadas no ano de 2003, um recipiente romano de 2 mil anos. Com cerca de 6 centímetros de diâmetro, e poucos sinais de decomposição, o pote ainda revelaria algo surpreendente aos pesquisadores: dentro, havia um creme com impressões digitais. A descoberta se deu em um complexo de templos romanos em Southwark, Londres.
Segundo o The Guardian, em reportagem publicada na época, os arqueólogos responsáveis ficaram surpresos na manhã de 28 de julho, quando destamparam o artefato no Museu de Londres e se depararam com uma pasta branca com odor sulfuroso.
"Estou surpreso", disse Garry Brown, o então diretor-gerente da Pre-Construct Archaeology, responsável pelas escavações. "Parece ser uma espécie de creme ou pomada cosmética. Cremes desse tipo normalmente não sobrevivem no registro arqueológico, então este é um achado único", ressaltou, segundo o The Guardian.
Esta descoberta é absolutamente notável. O creme poderia ser uma pintura facial aplicada como parte de cerimônias rituais. Sabemos que os romanos usavam leite de burra para a pele, então a análise científica será muito reveladora", declarou Francis Grew, então curador do Museu de Londres.
De acordo com a fonte, Grew destacou que, em seus 20 anos de carreira como arqueólogo, nunca havia se deparado com uma caixa com tampa selada.
"É um elemento humano fantástico encontrar as marcas dos dedos no interior da tampa", disse a consultora arqueológica Nansi Rosenberg.
Segundo os pesquisadores responsáveis pela descoberta do pote com creme, testes químicos revelaram que o objeto foi feito quase totalmente de estanho.
"A qualidade da caixa é requintada", disse Grew. "A tampa se encaixa perfeitamente, é estanque e segura. Quem usasse esse pote seria da burguesia do mundo romano. O estanho era um metal precioso nessa época", destacou o curador do museu.
Embora o complexo do templo seja datado de meados do século 2 d.C., o local já era ocupado desde os primeiros dias da presença romana. De acordo com a fonte, por volta de 50 d.C., lojas feitas de materiais como barro e madeira começaram a surgir ao lado da antiga Watling Street neste local histórico. As principais descobertas arqueológicas da região incluem a inscrição Tabard, que apresenta o nome mais antigo registrado de Londres, "Londinesi".