Após retratar os crimes de Dahmer, série resgatará o caso dos irmãos considerados culpados pela morte dos pais
Após o sucesso de 'Dahmer: Um Canibal Americano', que retratou os brutais crimes de um serial killer canibal dos EUA, a Netflix anunciou mais uma temporada da antologia 'Monstros'. A nova temporada da série retratará um crime que chocou os EUA em 1989.
'Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais' retrará o caso dos irmãos condenados a prisão perpétua por assassinar os pais. O lançamento foi anunciado para 2024. Mas quem são esses irmãos? O que aconteceu no dia em que os pais foram mortos?
Dos mesmos criadores de Dahmer: Um Canibal Americano, vem aí um novo capítulo da antologia.
— netflixbrasil (@NetflixBrasil) May 1, 2023
Monstros: Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais chega em 2024. pic.twitter.com/HqDqvnjlhs
Filhos de José e María “Kitty” Menendez, Lyle e Erik Menendez cresceram em bairros ricos, de classe alta. Mesmo que o dinheiro não fosse uma preocupação, os irmãos começaram a roubar por diversão, como repercutido pela US Magazine em 2017.
A família se mudou diversas vezes e sempre teve uma vida de luxo. Em 20 de agosto de 1989, quanto Lyle tinha 21 anos e Erik, 18, tudo mudou. Na noite daquele dia, Lyle ligou desesperado para a polícia, dizendo que seus pais foram assassinados, como resgatado pelo veículo Town & Country.
Enquanto seu irmão chorava ao telefone, Erik podia ser ouvido gritando no fundo da linha. Minutos depois, os primeiros policiais chegaram a mansão da família em Beverly Hills, na Califórnia. Em um momento inicial, os oficiais notaram que nada tinha sido roubado da casa e que não havia sinais de arrombamento.
Ainda na cena do crime, as autoridades interrogaram os irmãos e perceberam que, durante todo o tempo que conversaram, Lyle se mantinha calmo e Erik se demonstrava transtornado, chorando muito. Nessa conversa, contaram sobre seu dia e sobre o momento em que encontraram os pais, já mortos, na sala da mansão.
Lyle e Erik relataram que saíram para assistir a um filme. Como encontraram filas muito grandes, trocaram 'Permissão para Matar' por Batman. Os irmãos alegaram terem voltado para casa antes de jantar, para pegar a identidade falsa de Erik, segundo o Crime Library, para que o mais novo pudesse consumir bebidas alcoólicas no estabelecimento escolhido. Foi nesse momento que, segundo eles, encontraram seus pais mortos em casa e ligaram imediatamente para a polícia.
Após o crime, os dois receberam uma apólice de seguro do pai no valor de 650 mil euros, como repercutido pelo Romper, dinheiro cujo eles começaram a gastar desenfreadamente. O pai, vale destacar, era um executivo de Hollywood.
Eles compraram carros de luxo, roupas de grife e equipamentos de marcas caras. No final de 1989, os dois já tinham gasto mais de 1 milhão. Com esse comportamento, a polícia passou a questionar a participação dos irmãos no crime. No entanto, todas as provas eram circunstanciais.
O clima mudou quando os investigadores se depararam com um registro de compra de duas espingardas de calibre 12, em nome de um amigo de Lyle, em agosto de 1989. No entanto, a vendedora da loja testemunhou que Erik usou a identidade falsa do rapaz na hora da compra.
Além disso, Erik falou sobre crime ao seu psicólogo, Jerome Oziel, que sofreu ameaças. Uma pessoa próxima de Jerome, no entanto, denunciou o jovem pela ameaça. Em seguida, fitas registradas nas sessões de psicanálise foram usadas como prova do caso.
Com a ligação entre o assassinato e os irmãos confirmada, a polícia decidiu prender Lyle em março de 1990. Três dias depois, após consultar seu tio, Erik se entregou e foi mandado para a mesma cadeia que o irmão. Ambos foram acusados de assassinar os pais e, durante todo o julgamento, alegraram inocência.
O pai, José, foi baleado atrás da cabeça enquanto se encontrava no sofá. Já a mãe, que se encontrava dormindo ao lado, se assustou com os disparos. Kitty correu pelo corredor, mas fora atingida na perna. Ao se arrastar, foi alvejada com um tiro no peito e dez na cabeça, de acordo com a Vice.
Três anos depois, em julho de 1993, Lyle e Erik confessaram ter assassinado os pais, declarando legítima defesa. O julgamento aconteceu entre julho de 1993 e janeiro de 1994, em Los Angeles.
Enquanto as autoridades acreditavam que a dupla matou pelo patrimônio familiar de US$ 14 milhões, os irmãos fizeram uma revelação. Durante todo o processo, os irmãos alegaram terem sofrido abuso físico, psicológico e sexual dos 6 aos 8 anos, no caso de Lyle, e dos 6 aos 18, no caso de Erik.
A defesa negou que o crime tenha sido motivado por dinheiro, como as pessoas imaginavam e se apoiou na declaração de legítima defesa. Lyle também disse que sofreu abusos da mãe até os 13 anos, de acordo com o Los Angles Times em matéria de 1993. O irmão de Kitty, tio dos meninos, negou qualquer tipo de abuso na família.
"Certamente não houve indicação de qualquer tipo de abuso", explicou Brian Anderson à ABC News em entrevista repercutida no ano de 2017. "Simplesmente não aconteceu. Acho que o motivo foi estritamente dinheiro."
O primeiro julgamento, no entanto, não chegou a qualquer conclusão. Um segundo ocorreu a partir de 1995. A promotoria se prendeu à forma como os irmãos gastaram dinheiro logo após a morte dos pais. Em 20 de março de 1996, Lyle, com 28 anos, e Erik, com 25, foram considerados culpados por assassinato em primeiro grau e condenados as prisões perpétuas.