Como uma espécie de "Papai Noel do Oscar", o responsável pela empresa que envia presentes luxuosos às celebridades detalhou os produtos
A 94ª edição do Oscar vem causando grande polêmica e tendo repercussões mesmo dias depois de ter acontecido, no último domingo, 27, após Will Smith ter dado um tapa no rosto de Chris Rock, que havia feito uma piada com a esposa do ator, Jada Pinkett-Smith.
A controvérsia do ocorrido fez até com que muitos se esquecessem do real intuito da cerimônia: premiar produções, atores, diretores, membros da equipe de produção e muito mais por seus trabalhos no mundo do cinema.
Quem não se desatentou deste fato — pelo vigésimo ano seguido — foi Lash Fary, conhecido como o “Papai Noel do Oscar”. Responsável pela empresa de marketing Distinctive Assets, ele dá presentes milionários para os principais indicados.
Quem recebe os presentes da Distinctive Assets? Os atores e atrizes que estão concorrendo nas lendárias categorias de Melhor Ator, Melhor Atriz e melhores atores coadjuvantes, além daqueles indicados ao prêmio de Melhor Diretor.
Neste ano, algumas das celebridades que foram agraciados pelo presente foram Will Smith — responsável pela grande polêmica da noite —, Andrew Garfield, Javier Bardem, Nicole Kidman, Olivia Colman, Penélope Cruz e Kristen Stewart, como repercutiu a revista Exame.
Dentro da bolsa, há presentes que equivalem a US$ 140 mil, cerca de R$ 666 mil, segundo a cotação atual, que incluem férias de US$ 15 mil em um spa californiano, uma estadia de três noites em um castelo escocês por US$ 50 mil e muito mais.
Oferecer US$ 10 mil em botox, por exemplo, também não parece ofensivo para o responsável pelo presente. Em entrevista ao jornal britânico The Guardian, ele justificou a escolha: "Não conheço uma única mulher que não use botox”.
Os indicados à maior premiação de cinema do mundo também recebem US$ 25 mil para serem usados em serviços e materiais ligados à construção de casas. "As pessoas aqui estão sempre fazendo reformas em seu quinto imóvel", explicou Fary, brincando.
No entanto, além disso, há também produtos práticos entre tantos outros luxuosos. “Não se trata apenas de brilho e glamour. Também temos um removedor de manchas de US$ 9, totalmente natural, entre os presentes”, destacou.
Há alguns anos, dar presentes caríssimos para pessoas que já são ricas talvez parecesse sem sentido, mas o surgimento da figura dos influenciadores e a transformação dos próprios atores em celebridades que influenciam fez isso parecer menos contraditório.
Foi o que explicou Fary: “No começo, precisava convencer as marcas de que fazia sentido dar aos ricos e famosos coisas grátis. Agora, todos sabem por que isso faz sentido. Eles estão fazendo isso porque esses atores são os melhores embaixadores de marcas no mundo”.
Todos eles poderiam comprar o que lhes foi ofertado na sacola, “mas esse não é o ponto”, conforme apontou o responsável pela empresa há mais de duas décadas. Agora, todos entendem como é relevante que celebridades usem seus produtos.
"É a mesma razão pela qual Jennifer Lawrence recebe US$ 20 milhões por um filme: os nomes dessas pessoas têm valor e podem transformar o cenário de uma marca", ressaltou o empresário.
As cerimônias de famosos se tornaram uma espécie de “vitrine” para que as marcas de mais variados nichos pudessem expor seus produtos. A expectativa dessas firmas é que os artistas sejam fotografados com o que eles vendem, alcançando visibilidade.
Para fazer parte da seleta sacola de presentes, portanto, é preciso pagar. “As marcas também precisam pagar a taxa necessária para fazer parte desta sacola de presentes, que começa em US$ 4 mil e pode chegar até US$ 50 mil, dependendo do nível de patrocínio”, explicou Fary.
Algumas celebridades não gostam de receber a maleta de presentes. No ano passado, Glenn Close a doou para uma instituição de caridade. Já neste ano foi a vez de Denzel Washington recusar os presentes, que foram enviados para Sian Heder, diretora de "No ritmo do coração" (2021).
"As pessoas dizem: 'Por que não doar o dinheiro gasto nas sacolas de presentes para a Ucrânia?' Mas eu não gastei nenhum dinheiro. Os produtos são doados", concluiu Fary, se defendendo das críticas.