Avós acusam o pai de violência doméstica; crianças foram encontradas 40 dias após acidente
Quarenta dias após a queda de um avião, as quatro crianças perdidas nas Amazônia colombiana foram finalmente reencontradas na última sexta-feira, 9. Agora, os parentes dos irmãos disputam por sua guarda.
O Instituto Colombiano de Assistência à Família (ICBF) informou ontem, segunda-feira, 12, que as autoridades não decidiram, até o momento, se os sobreviventes ficarão sob os cuidados dos avós ou do pai. Ele é acusado de violência doméstica contra a mãe das crianças, que morreu no acidente.
“Vamos conversar, investigar, saber um pouco da situação”, declarou Astrid Cáceres, chefe do ICBF, em entrevista à rádio Blu. “O mais importante neste momento é a saúde das crianças, que não é só física, mas também emocional, a forma como os acompanhamos emocionalmente."
Enquanto as crianças se recuperam em um hospital, as autoridades avaliam os cenários para decidirem com quem elas deverão ficar.
Eles me abraçaram dizendo ‘pai, pai, vamos pra casa’. Eu disse a eles que os médicos precisavam examiná-los porque eles passam muito tempo na selva, então eles permaneceriam sob os cuidados do ICBF e depois chegaríamos a um acordo para que elas fossem entregues a nós", disse Narciso Mucutuy, avô materno dos pequenos, em entrevista à Reuters.
No último domingo, 11, Narciso Mucutuy acusou o pai de dois de seus netos, Manuel Ranoque, de bater na mãe das crianças. Posteriormente, em conversa com a imprensa, Ranoque reconheceu que o casal tinha problemas, mas minimizou o tema caracterizando-o como um assunto privado e não "fofoca para o mundo".
Além das agressões à mãe das crianças, há um outro fator a ser levado em consideração, como destaca a fonte: a questão é que o próprio pai das crianças disse ter sido ameaçado por um grupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O ex-grupo das Farc está envolvido com o narcotráfico e costuma recrutar indígenas à força.
