Para impedir o fluxo de turistas no Parque Güell, cartão-postal de Barcelona, um grupo de moradores apagou da internet a linha de ônibus local
Em todo o mundo, governos já tomaram as mais diversas medidas para combater o turismo de massa, como a cobrança de taxas, a limitação do número de visitantes, regras de comportamento e até a proibição de selfies em determinados pontos. Mas um grupo de moradores em Barcelona, na Espanha, levou essa aversão a outro patamar.
Cansados de se amontoarem em ônibus lotados, os residentes locais removeram da internet uma das rotas mais usadas pelos turistas na capital catalã. Conforme repercutido pelo jornal O Globo, a linha 116 percorre o bairro La Salut, localizado no distrito de Gràcia, e é diariamente utilizada por turistas que desejam chegar ao Parque Güell, uma obra-prima do arquiteto catalão, Antoni Gaudí, que atrai cerca de nove milhões de visitantes anualmente.
Explorar o conjunto de estruturas com formas singulares, adornadas com azulejos coloridos, é um programa imperdível para qualquer visitante na cidade. A forma mais fácil e econômica de chegar a esse local, situado no topo do Monte Carmel, é de ônibus.
Contudo, a popularidade do parque transformou a linha de ônibus - originalmente planejada como um serviço regular, não para o turismo - em uma das mais movimentadas da cidade. Isso tem causado frustração entre os residentes e trabalhadores do bairro, que dependem do transporte público no dia a dia.
Após inúmeras queixas formais dos moradores, o conselho municipal conseguiu remover as informações da linha dos aplicativos de mapas do Google e da Apple, os mais utilizados pelos visitantes. Agora, ao pesquisar rotas para o Parque Güell, os usuários são direcionados para opções que levam a uma entrada alternativa, mais afastada de La Salut.
Em uma entrevista concedida ao portal elDiario.es, o ativista contra o turismo de massa, Cesar Sanchez, disse que estava cético em relação à eficácia da medida. Apesar de ter protestado durante oito anos por alguma ação das autoridades locais, agora ele tem planos mais audaciosos:
No início rimos da ideia. Mas estamos surpresos que a medida tenha sido tão eficaz. A próxima coisa que precisamos fazer é remover todo o Parque Güell do Google Maps", completou o ativista.
