No último mês, a associação International Restitutions, disse agir em nome dos "descendentes” para reaver a icônica pintura
Publicado em 10/05/2024, às 16h25
Os 14 descendentes vivos do renomado artista italiano Leonardo Da Vinci, representados pela associação Leonardo Da Vinci Heritage, divulgaram um comunicado negando qualquer participação em uma solicitação para que a icônica obra Mona Lisa seja devolvida pela França à Itália.
No último mês, o Conselho de Estado da França, o mais alto tribunal administrativo do país, iniciou a análise de uma solicitação da enigmática associação International Restitutions, cuja sede e liderança não foram reveladas, mas alegou agir em nome dos “descendentes do herdeiro do pintor”.
Conforme repercutido pelo UOL, a Leonardo Da Vinci Heritage classificou a solicitação em sua nota como “absurda”: “'La Gioconda' é da França e deve continuar legitimamente no Museu do Louvre”, disse a instituição.
O texto foi assinado por Alessandro Vezzosi e Agnese Sabato, respectivamente o diretor e o presidente da associação de herdeiros. Vezzosi também atua como diretor do Museo Ideale Leonardo da Vinci, localizado na cidade de Vinci, em Florença, na terra natal do artista.
Eles também refutaram “outras falsas informações divulgadas na mídia, como, por exemplo, aquela segundo a qual teriam sido exumados ossos com o DNA de um meio-irmão de Leonardo, filho do mesmo pai. É o enésimo caso de fake news que criam confusões, porque se misturam a notícias verdadeiras, como aquelas relacionadas à existência de 14 descendentes documentados”.
É importante relembrar que Da Vinci não deixou descendentes diretos, mas em 2021, pesquisadores divulgaram uma árvore genealógica que lista seus descendentes. O renomado cientista, engenheiro e arquiteto italiano teria tido pelo menos 22 meios-irmãos, resultando nos parentes indiretos, como o célebre cineasta Franco Zeffirelli.
No processo apresentado na França, a International Restitutions afirmou esperar que a obra-prima fosse “eliminada” do acervo do museu parisiense, e que o órgão declarasse “inexistente” uma decisão do rei Francisco I de se “apropriar” da Mona Lisa.
Ao argumentar que o soberano francês se baseou em uma lei do século 16, que permitia que os bens de estrangeiros falecidos sem descendentes fossem herdados pela coroa, a ação destacou que essa prática seria incompatível com as normas atuais.
Contudo, a versão oficial do Museu do Louvre contradiz esse argumento, informando que o monarca adquiriu a pintura diretamente de Leonardo em 1518.