A Sociedade da Neve, lançado pela Netflix, retrata um dos maiores acidentes aéreos da História. Para o filme, o diretor acampou no local real da tragédia
Publicado em 15/01/2024, às 11h13 - Atualizado em 19/01/2024, às 17h56
Lançado pela plataforma de streaming Netflix, 'A Sociedade da Neve' retrata uma das maiores tragédias aéreas da História. Em outubro de 1972, um avião que partiu de Montevidéu, Uruguai, em direção ao Chile, com 45 pessoas, colidiu com uma montanha na Cordilheira dos Andes.
Com pouco mais de 30 sobreviventes, essas pessoas viveram o impossível. Durante mais de 70 dias, essas pessoas estiveram isoladas na Cordilheira dos Andes encarando o frio, a fome e o medo do resgate nunca chegar. Para que não morressem de fome, precisaram se alimentar dos corpos de vítimas da tragédia.
De tão chocante, a história inspirou o filme 'A Sociedade da Neve'. O longa é, na realidade, uma adaptação do livro de mesmo nome lançado pelo jornalista Pablo Vierci, que entrevistou os sobreviventes da tragédia.
Para o filme, Juan Antonio Bayona, diretor, teve a aprovação dos sobreviventes da história. Além de entrar em contato com essas pessoas, ele também teve o apoio de familiares das vítimas.
"Acho que alguns dos sobreviventes, após 50 anos da tragédia, estavam mais abertos para falar sobre o que aconteceu", disse Bayona à Netflix. "Estou pensando, por exemplo, em Adolfo 'Fito' Strauch. Conversar com ele ajudou muito na formação de seu personagem no filme, e ele teve um papel muito importante. Com seus primos, Daniel Fernandez e Eduardo Strauch, eles foram responsáveis por a organização do grupo após a morte do capitão" e da tripulação".
Para ter ideia do que os sobreviventes encararam após o acidente, o diretor, inclusive, chegou a acampar no Vale das Lágrimas, como é conhecido o local da tragédia.
"Então a primeira coisa que fiz foi ir ao Vale das Lágrimas, no lado argentino dos Andes, onde o avião caiu. E eu estava lá na mesma época do ano. Então pude dormir lá em um pequeno acampamento e vivenciar o mal da altitude, vivenciar a sensação de solidão que você tem ali", explicou Bayona à Scott Detrow, apresentador do All Things Considered.
Juan Antonio Bayona explicou que ficou impressionado com o local com um todo. "Foi muito impressionante. Fiquei muito impressionado, não só pela vista daquelas montanhas — esta é a maior cordilheira do planeta — mas também pelo silêncio. Quando você está lá, não há nada vivo, então a única coisa que você pode ouvir é você mesmo", ressaltou o diretor.