O Egito Antigo foi uma das mais gloriosas civilizações do mundo antigo que ficou muito conhecida por vários rituais em respeito à morte
Quando se pensa no mundo antigo, é impossível não mencionar os egípcios. Uma das nações mais gloriosas que já existiu, eles são considerados precursores dos antigos sistemas de escrita, além de terem realizado feitos surpreendentes considerando as limitações tecnológicas, como a construção das monumentais pirâmides e desenvolvimento processos como a mumificação.
A mumificação, inclusive, é apenas um dos exemplos do quanto esse povo antigo tinha, em sua cultura, uma grande valorização e respeito pela morte e por seus entes. Isso porque, além disso, as pirâmides são grandes tumbas de faraós, além de possuírem outros ritos fúnebres para ajudar o morto no seu "pós-vida".
Confira a seguir 5 itens encontrados em escavações junto de mortos do Egito Antigo:
Uma crença decisiva na cultura egípcia para justificar tamanho respeito pelos ritos fúnebres é a do "pós-vida". E uma espécie de documento sobre todo esse processo da passagem da vida para a morte é o chamado Livro dos Mortos, que com frequência eram enterradas cópias junto aos mortos.
Segundo o Live Science, os textos do Livro dos Mortos tinham como objetivo guiar os mortos na vida pós-morte. Para tanto, em seus conteúdos eram descritos o que os egípcios pensavam que haveria nesse outro lugar, incluindo a cerimônia da pesagem do coração, que definiria seu destino pela eternidade.
Outro adereço pelo qual os egípcios ficaram conhecidos são os sarcófagos, que eram como "caixões" muitas vezes ricamente decorados. Em vários sarcófagos já desenterrados, podem ser vistos hieróglifos que nomeiam os falecidos e prestam orações por eles. Por vezes, também eram enterrados sarcófagos dentro de sarcófagos, com um corpo mumificado dentro.
No entanto, os sarcófagos não eram acessíveis a todos, e suas decorações e materiais de construção variavam de acordo com a riqueza do indivíduo. Para se ter como exemplo, o faraó Tutancâmon foi enterrado em um sarcófago com 3 "caixões", feitos com grandes quantidades de ouro, que chegavam a pesar cerca de 1.200 quilos.
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Por vezes, também eram encontrados nos enterros retratos de pessoas que eram mumificadas, que nos possibilitam ter um vislumbre de como eram as pessoas do passado. Exemplos foram encontrados em painéis de madeira datados principalmente de entre o século 1 e o século 3, embora também sejam encontrados alguns posteriores.
Esses retratos, no caso, eram afixados nos restos mumificados dos falecidos, sendo sua produção um costume mais popular nas cidades e vilarejos de Fayum. Porém, também já foram encontrados exemplos em outras áreas do Egito Antigo.
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O processo de mumificação em si surgiu da ideia de preservar o corpo do morto para sua vida após a morte. E nesse processo de mumificação, uma etapa extremamente importante era a de retirada dos órgãos do falecido. Esses órgãos, como pulmões, fígado, intestinos e estômago, eram guardados nos chamados jarros canópicos — cada um para seu respectivo órgão.
A razão para armazenarem os órgãos é que os antigos egípcios acreditavam que cada órgão era protegido por um dos quatro filhos de Hórus. Os pulmões eram protegidos por Hapi; o fígado por Imseti; o estômago por Duamutefe; e os intestinos por Quebesenuefe. Esses potes eram guardados no baú canópico, que eram enterrados na tumba dos mortos.
Por vezes, também eram enterrados junto aos falecidos amuletos em forma de escaravelhos. "Os egípcios acreditavam que o escaravelho sagrado era o que movia o Sol no céu, assim como o escaravelho movia uma bola de esterco na areia", explica Gene Kritsky, professor de biologia na Universidade Mount St. Joseph que estudou amuletos de escaravelhos egípcios, ao WordsSideKick.com.
Pequenos amuletos funerários [escaravelhos] foram esculpidos na parte inferior, mostrando as pernas do besouro. Alguns foram esculpidos com tanta precisão que podiam ser identificados pelas espécies", acrescenta o pesquisador. "Esses escaravelhos foram costurados no linho da múmia e serviram de proteção para os falecidos".