Rebeldes da Síria tomaram a capital do país, enquanto a mídia internacional relata que Bashar Assad deixou Damasco na madrugada
Forças rebeldes sírias penetraram em Damasco, a capital do país, em meio a informações de que o presidente Bashar al-Assad teria deixado a cidade após mais de uma década de guerra civil.
O primeiro-ministro do governo Assad, Mohammed al-Jalali, expressou disposição em apoiar a transição governamental, informa a BBC.
Os eventos ocorrem após uma recente ofensiva do grupo militante Hayat Tahrir al-Sham (HTS) e aliados, iniciada no noroeste da Síria há 12 dias.
Os insurgentes capturaram inicialmente Aleppo, antes de avançarem rumo ao sul pela principal rodovia em direção à capital, num cenário de colapso das forças governamentais.
A guerra na Síria iniciou-se em 2011, quando manifestações pacíficas pró-democracia contra o regime de Assad degeneraram em um conflito armado devastador.
O conflito resultou em mais de 500 mil mortes e deslocou cerca de 12 milhões de pessoas, sendo que aproximadamente cinco milhões buscaram refúgio no exterior.
Antes da ofensiva rebelde atual, o governo de Assad parecia consolidar sua vitória com o controle da maior parte do território nacional, graças ao apoio de aliados como Rússia e Irã.
No entanto, regiões significativas continuavam fora de sua jurisdição, incluindo áreas controladas pelas Forças Democráticas Sírias, apoiadas pelos Estados Unidos.
O último bastião dos rebeldes consistia nas províncias de Aleppo e Idlib. Essas áreas abrigavam mais de quatro milhões de pessoas e estavam sob domínio do HTS e outras facções rebeldes, além do Exército Nacional Sírio, apoiado pela Turquia.
A ofensiva recente viu o HTS tomar grande parte de Aleppo em 30 de novembro. A resistência governamental foi mínima após a retirada estratégica das tropas sírias. Tentativas do governo Assad de conter o avanço foram infrutíferas, mesmo com reforços iranianos e ataques aéreos russos intensificados.
Após sucessivas vitórias rebeldes em Hama e Homs, facções no sudoeste capturaram Deraa e Suweida, avançando até os arredores da capital. Neste 8 de dezembro, os rebeldes anunciaram ter entrado em Damasco e libertado prisioneiros na infame prisão de Saydanaya.
Relatos indicam que Assadteria fugido pouco antes da chegada dos insurgentes. O primeiro-ministro al-Jalali manifestou abertura para colaborar com qualquer liderança aprovada pelo povo sírio.
Mohammed al-Jawlani, líder rebelde, instruiu suas tropas a respeitarem as instituições oficiais, que permaneceriam sob controle do primeiro-ministro até uma transição formal.