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Matérias / Bashar Assad

A queda de Bashar Assad: Como ele chegou ao poder na Síria?

Agências internacionais relatam que Bashar Assad, no poder da Síria há anos, deixou a capital na madrugada deste domingo

Redação Publicado em 08/12/2024, às 10h12

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Bashar Assad - Getty Images
Bashar Assad - Getty Images

O presidente sírio, Bashar al-Assad, é figura central em um governo caracterizado por medidas autoritárias e violência, em meio a uma guerra civil que assola a Síria desde 2011.

Representando a segunda geração de uma dinastia autocrática, Assad sucedeu seu pai, Hafez al-Assad, que consolidou seu poder na década de 1970 ao ascender de origens humildes para liderar o Partido Baath e se tornar presidente.

O recente avanço significativo das forças rebeldes sugere uma potencial reconfiguração do cenário político na Síria, um país estrategicamente importante no Oriente Médio.

Desde a eclosão da guerra civil, a Síria tem enfrentado uma devastação profunda, desencadeando uma crise humanitária que deslocou milhões de pessoas.

No poder

Assad assumiu o poder em 2000 após a morte de Hafez, em um processo eleitoral sem oposição real. Originalmente formado em oftalmologia em Londres, Bashar foi inesperadamente chamado para assumir o legado político da família após a morte de seu irmão, Bassel, em 1994.

As esperanças iniciais de uma possível abertura política sob Assad foram rapidamente frustradas quando ele reforçou as tradicionais alianças com grupos militantes como Hamas e Hezbollah. A repressão brutal às manifestações pró-democracia durante a Primavera Árabe em 2011 levou à intensificação do conflito civil.

Potências globais

A guerra transformou-se em um complexo campo de batalha internacional, envolvendo potências regionais e globais como Arábia Saudita, Irã, Estados Unidos e Rússia.

A intervenção russa ao lado do regime de Assad foi decisiva contra os rebeldes e o Estado Islâmico, enquanto os EUA lideraram uma coalizão contra o grupo extremista.

Apesar de um cessar-fogo estabelecido em 2020 ter diminuído temporariamente a intensidade dos confrontos, a paz permanece elusiva.

De acordo com dados da ONU, mais de 300 mil civis perderam suas vidas desde o início do conflito, que continua a ser um dos mais complexos e devastadores do século XXI.