A série vem chamando a atenção por seu caso um tanto quanto perturbador, mas o fim é tão complexo que vale uma explicação detalhada; confira!
Publicado em 02/05/2024, às 19h53 - Atualizado em 27/05/2024, às 19h33
Na nova narrativa criminal exclusiva da Netflix, "O Caso Asunta", mergulhamos em um thriller policial arrepiante que acompanha os eventos que cercam o assassinato da jovem Asunta Basterra, de apenas 12 anos. Inspirada num crime real ocorrido na Espanha, no ano de 2013, a série nos guia por uma teia de intrigas e reviravoltas em busca da verdade.
A história começa com o desaparecimento de Asunta, comunicado à polícia por seus pais adotivos, Rosario Porto (Candela Peña) e Alfonso Basterra (Tristán Ulloa). A angústia toma conta do ar enquanto as buscas se intensificam. O pior se confirma quando o corpo de Asunta é encontrado sem vida, lançando um manto de luto e perplexidade sobre toda a comunidade.
A investigação toma um rumo inesperado quando as evidências apontam para Rosario como principal suspeita. A mãe adotiva se torna a primeira acusada pelo crime, mas logo fica claro que Rosario não agiu sozinha. Alfonso também é preso, e a partir desse momento, segredos obscuros sobre o casal e seu relacionamento com Asunta começam a surgir.
No entanto, o caso é tão complexo que o final da produção precisa ser explicado com alguns detalhes. E é exatamente isso que o Aventuras na História vai fazer, mas cuidado, se você ainda não assistiu à produção ou não conhece o caso tão bem, essa matéria contém spoilers! Entenda o final:
Um dos mistérios persistentes no 'Caso Asunta' é se Rosario e Alfonso foram responsáveis pela morte de Asunta Basterra. Embora tenham sido condenados pelo assassinato dela, a narrativa destaca que a polícia e o Ministério Público não conseguiram encontrar um motivo claro para o casal cometer tal ato contra sua filha adotiva.
Durante toda a investigação, Rosario e Alfonso mantiveram sua inocência, questionando repetidamente a polícia sobre por que teriam matado Asunta, sem receber uma resposta satisfatória. Contudo, a polícia considerou diversas razões pelas quais o casal poderia ter sido responsável pela morte da filha.
Inicialmente, especulou-se que Asunta teria herdado dinheiro de seu avô, levando a polícia a sugerir que Rosario e Alfonso a mataram por ganância. No entanto, essa teoria foi refutada quando a madrinha de Asunta revelou que o avô dela não deixou nenhuma herança para ela.
Outra hipótese era de que o casal simplesmente se cansou da presença da filha e decidiu eliminá-la. Também se levantou a possibilidade de que Asunta tenha sido morta para encobrir o fato de que estava sendo medicada com Lorazepam. Embora essa teoria pareça mais plausível, não havia provas concretas para sustentá-la.
Dois anos após a prisão de Rosario e Alfonso pelo assassinato de Asunta, eles foram a julgamento. O júri concordou unanimemente que eram culpados e os condenou a 18 anos de prisão por homicídio qualificado, considerando circunstâncias agravantes de parentesco e abuso de autoridade.
Essa decisão foi principalmente influenciada pelas inconsistências nas declarações iniciais de Rosario durante a investigação, o que levou o júri a suspeitar de seu envolvimento na morte de Asunta.
Além disso, o relatório da autópsia revelou que Asunta estava sendo medicada com Lorazepam por mais de três meses antes de sua morte, com uma quantidade equivalente a 27 comprimidos desse medicamento em seu sistema no momento do óbito. Professores de Asunta também relataram que ela havia apresentado tonturas em diversas ocasiões.
Quando questionados, Rosario e Alfonso afirmaram que estavam administrando o medicamento devido a alergias de Asunta, embora não houvesse prescrição médica para isso e a própria jovem tenha negado qualquer alergia.
O fato de ambos não terem levado Asunta ao hospital, mesmo quando ela estava se sentindo mal, convenceu o júri de sua culpa. Outra evidência ocultada pelo casal veio à tona: um intruso havia invadido a casa deles e tentado matar a menina, mas Rosario lutou contra o agressor.
Surpreendentemente, o casal não reportou o incidente à polícia, apesar da filha ter sido ferida, o que levantou suspeitas sobre suas ações. O júri questionou por que eles teriam escondido informações tão cruciais, especialmente quando isso poderia ter mudado o curso das investigações.
O laudo da autópsia encontrou resíduos de Lorazepam no cabelo de Asunta, indicando que Rosario e Alfonso estavam medicando-a com esse tranquilizante por pelo menos três meses antes de sua morte. No entanto, não foi encontrada uma razão clara para eles terem dado esse medicamento à filha.
Algumas teorias sugerem que Rosario, lutando contra a depressão após o término de seu relacionamento e por sua própria condição de saúde, poderia estar usando o medicamento para controlar o comportamento de Asunta. Alternativamente, ela poderia ter administrado uma dose fatal para proteger emocionalmente a filha de Alfonso, que tinha histórico de comportamento violento.
O juiz Malavar, um dos principais investigadores do caso Asunta, estava tão convencido da culpa do casal que não considerou a possibilidade de outros suspeitos. As evidências apontavam Rosario na cena do crime, tornando improvável o envolvimento de outra pessoa além dela e Alfonso. À medida que a investigação avançava, surgiu um possível segundo suspeito.
Quando a camisa que Asunta usava no dia de sua morte foi encontrada, foram encontrados vestígios de esperma próximo ao decote. O esperma pertencia a Carlos Murillo, tornando-o o novo suspeito do assassinato. Murillo tinha histórico de suposta agressão sexual, mas negou qualquer envolvimento na morte de Asunta.
No dia da morte de Asunta, Murillo tinha um álibi sólido e não estava próximo ao local onde o corpo foi encontrado, sendo posteriormente liberado da custódia policial após interrogatório.
Depois da condenação de Rosario a 18 anos pelo assassinato de Asunta, ela começou a cumprir sua pena em uma prisão feminina. Antes de iniciar sua sentença, solicitou a seu advogado que publicasse um obituário de Asunta no jornal todos os anos. Rosario, profundamente deprimida, precisou ser monitorada para evitar tentativas de suicídio e acabou tirando a própria vida em 2020 após ser transferida para outra prisão.
Alfonso foi condenado por cumplicidade no assassinato de Asunta. A polícia e a acusação não conseguiram provar suficientemente se ele ajudou Rosario a cometer o crime ou se encobriu o acontecido, como informado pelo portal Screen Rant.
O desfecho do caso Asunta mostra que Alfonso ainda está cumprindo sua pena e está determinado a fazê-lo até o fim para provar sua inocência. Tanto Rosario quanto Alfonso apelaram de suas condenações, mas tiveram seus recursos negados pelos tribunais.