Um dos principais candidatos do Oscar 2025, 'O Brutalista' é um drama histórico que acompanha um arquiteto que foge da Europa pós-guerra rumo aos EUA
Publicado em 16/02/2025, às 14h00 - Atualizado em 23/02/2025, às 10h10
Um drama histórico emocionante, 'O Brutalista' é uma das principais apostas na categoria de Melhor Filme no Oscar 2025, que ocorre no dia 2 de março. Dirigido por Brady Corbet, o longa se dá em torno de uma narrativa ambientada nos Estados Unidos pós-guerra, com o protagonista em uma caminhada em busca de uma nova chance na vida.
"O arquiteto visionário László Toth (Adrien Brody) foge da Europa pós-Segunda Guerra e chega aos Estados Unidos para reconstruir sua vida, carreira e casamento. Sozinho em um novo país, ele se estabelece na Pensilvânia, onde um rico e proeminente industrial reconhece seu talento", explica a sinopse do novo longa-metragem.
No Brasil, 'O Brutalista' só chega aos cinemas a partir da próxima quinta-feira, 20 de fevereiro. Visto isso, confira a seguir 5 coisas para saber antes de assistir ao filme:
Em 'O Brutalista', acompanhamos o casal húngaro László e Erzsébet Tóth (interpretados respectivamente por Adrien Brody e Felicity Jones) que, em 1947, escapa da Europa recém-devastada pela Segunda Guerra Mundial, em busca de uma nova vida nos Estados Unidos. Para isso, precisam reconstruir suas vidas e legados, enquanto enfrentam diversos desafios como migrantes.
Durante a jornada, László, um arquiteto visionário, recebe uma proposta do industrial Harrison Van Buren (Guy Pearce) para trabalhar em um edifício modernista monumental, que pode redefinir a paisagem dos Estados Unidos.
Esse projeto simboliza não só o auge da carreira de László, como também promete levá-lo com sua esposa a novos patamares de sucesso e reconhecimento — mas a jornada nos anos seguintes ainda guarda uma série de obstáculos, surpresas e tragédias.
Apesar do pano de fundo da narrativa ser histórico, é importante ressaltar que a narrativa de 'O Brutalista' não se inspira em nenhuma história real. No máximo, é possível atestar que o brutalismo é um movimento arquitetônico que realmente marcou a metade do século 20, mas o longa não se baseia em nenhum evento que realmente ocorreu na história americana.
Além disso, mesmo quem pesquisar pelo personagem de Brody, só é possível ver uma menção a um Laszlo Toth, um geólogo australiano. Mas sua história é distinta: ele ficou famoso em 1972 após vandalizar a Pietà de Michelangelo, em Roma, e acabou internado e deportado para sua terra natal.
Como já mencionado, 'O Brutalista' chega aos cinemas brasileiros no dia 20 de fevereiro, mas vale o alerta: uma peculiaridade das exibições é que elas contarão com um intervalo de 15 minutos entre os dois atos. Isso porque o filme certamente chama atenção com sua duração de 3 horas e 35 minutos.
A decisão, segundo a CNN Brasil, foi inspirada no lançamento do filme no Festival de Veneza em 2024, que também contou com uma pausa entre os atos. A Universal Pictures já confirmou que as exibições comerciais no Brasil contarão com a mesma estrutura.
Intérprete de László Tóth, o ator americano Adrien Brody — descendente de húngaros e poloneses — revelou em participação no A24 Podcast que, no processo de construção de seu personagem, se inspirou no próprio avô materno. Ele o descreve como um homem "bonito" e "muito carismático", e conta que se baseou em antigas gravações do avô tentando conseguir trabalho, em que inclusive podia notar o forte sotaque.
"Éramos uma família tão unida. Minha mãe era filha única, eu sou filho único, meus avós eram do velho mundo. Talvez porque eles soassem tão distintamente diferentes, isso me impressionou ainda mais do que qualquer outra pessoa. Ninguém soava como eles; ninguém era húngaro. Então, poder ter isso como uma espécie de luz guia em ['The Brutalist'], é realmente especial. E representar isso, porque eu sinto que isso é algo tão universal — há tantas pessoas de qualquer origem — somos todos descendentes de imigrantes", disse o ator.
No atual mundo da inteligência artificial, 'O Brutalista' também chamou atenção depois que o montador Dávid Jancsó confirmou em entrevista o uso de ferramentas de IA. O primeiro dos ajustes, conforme ele explicou em entrevista ao RedSharkNews, foi para ajudar o elenco a soar "mais húngaro", mesmo falando a língua do país. "Alguns ajustes foram necessários para melhorar letras específicas dos sons vocais deles. Se você vem de um mundo anglo-saxão, alguns sons podem ser difíceis de conseguir", explicou Jancsó.
Já outro uso de inteligência artificial no filme se dá ainda no epílogo. Um gerador de imagens foi utilizado para dar base a alguns dos desenhos feitos pelo protagonista Lászlo Tóth — porém, segundo Jancsó, esses desenhos gerados por IA serviram apenas como inspiração, sendo passados a um ilustrador, que criou as artes vistas no longa.