O caso reuniu relatos do mundo inteiro e chocou a França pela duvida em torno do paradeiro dos envolvidos
Médico e acupunturista, Yves Godard, 43, era conhecido por pacientes e amigos como um homem carinhoso com a família. Em diversos relatos, o francês era atencioso e costumava contar histórias de seus filhos até mesmo dentro do consultório, com orgulho. Com uma vida financeira estável, Yves podia aproveitar algumas brechas em sua agenda para alegrar Camille, 6, e Marius, 4.
No primeiro dia de setembro de 1999, Godard aproveitou o clima favorável e decidiu cancelar todas as suas consultas do dia para pescar com os filhos e com a esposa, Marie-France, em Planquery, no noroeste da França. Com um veleiro Jeanneau modelo Sun Odyssey 30 apelidado de Nick, Yves alugou o barco afirmando ao dono que tinha interesse em fazer um cruzeiro de cinco dias com os filhos, comprando alimentos e produtos de limpeza antes de sair para a viagem.
Deixando sua van estacionada no porto, o barco viajou ao longo dos dias ao norte da costa francesa, onde foi observado nos dias anteriores por dezenas de testemunhas. No segundo dia, funcionários da alfândega chegaram a fazer uma inspeção de rotina na embarcação para verificar se havia ocorrido alguma compra ilegal na embarcação ou do próprio braço. No terceiro dia, um vendedor de waffles chegou a vender o doce para as crianças, sem ver a esposa.
Nada de Godard
No dia que seria a volta, um barco de pesca localizou o Nick há 55,5 quilômetros da costa de Île de Batz, completamente imóvel. Ao se aproximar, apenas uma jaqueta e um talão de cheques em nome de Yves foi localizado, sem nenhuma presença humana. A descoberta intrigou a Marinha francesa, que abriu investigação. No 7 de setembro, as autoridades recolheram o barco ao porto para uma análise minuciosa.
Sem sinais de retorno ou testemunhas da presença da família, a investigação localizou vestígios significativos de sangue e doses de morfina na van estacionada. No dia seguinte, encontraram mais vestígios de sangue, mas em sua residência. A investigação iniciava com Godard sendo o principal suspeito de um possível assassinato.
Onze dias depois, em 16 de setembro, marinheiros encontraram um colete salva-vidas com a identificação do Nick na costa das Ilhas Anglo-Normandas. Na semana seguinte, a balsa inflável de sobrevivência para o mesmo barco foi localizada em uma praia da Inglaterra com um corte na lona da câmara de ar. Ainda no mês de setembro, foi comprovado que o sangue encontrado na van era o de Marie-France.
De suspeito para vítima
A inicial suspeita de que o médico havia matado a esposa e fugido de barco começou a ser anulada no ano seguinte, em janeiro de 2000. Uma sacola foi encontrada por um pescador na costa da Ilha de Batz, diversos itens pessoais, roupas, a bolsa e ferramentas pertencentes a família Godard.
A surpresa maior foi em junho, quando um barco industrial recolheu um fragmento de um crânio humano na rede de sua draga, mas com o pescador ignorando e atirando de volta a àgua. Quatro horas depois, na noite do dia 6, outro fragmento foi encontrado. Esse foi recolhido e levado para as autoridades, confirmando que se tratava do crânio de Camille, a filha mais velha.
No ano de 2001, mais itens foram encontrados em costas, todos com o nome de Yves; seu cartão de visita, cartão de débito e o de crédito foram localizados por habitantes locais em três datas diferentes, na costa de Saint-Jacut-de-la-Mer. A confirmação de sua morte veio em 2006, quando um fêmur e uma tíbia foram encontrados no mar. Com exames, foi possível notar a compatibilidade com os ossos do médico.
Ainda mais mistério
A partir de outubro de 1999, diversos depoimentos incongruentes adicionaram mais dúvidas ao caso, com um proprietário de hotel na Ilha de Man que alegou ter hospedado o homem com os filhos. Desde então, diversas relatos afirmam ter visto o homem em todo o mundo, como na África do Sul, nos Estados Unidos e na Escócia.
Uma nova suspeita foi adicionada em 2011, com a publicação do livro L'Assassinat du docteur Godard pelo escritor Eric Lemasson, afirmando que existiu razões financeiras para a execução do médico relacionadas a máfia italiana. O médico era um membro ativo da Confederação de Defesa dos Comerciantes e Artesãos e teria irritado pessoas com esquemas ao sindicato francês.
Em 2012, o caso foi encerrado sem acusações, alegando que a única hipótese que poderia ser comprovada é que o desaparecimento seja um simples acidente ou naufrágio de barco, sem conexões externas a algum assassinato. A medida foi questionada pelo escritor, que alegou que o promotor público poderia ter sofrido alguma interferência da máfia.
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