Em "Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais", os assinantes da Netflix revivem um dos crimes mais chocantes dos Estados Unidos
Série mais assistida por brasileiros nos últimos dias, a segunda temporada da antologia "Monstros", "Irmãos Menendez: Assassinos dos Pais", revive um dos crimes mais chocantes dos Estados Unidos. Em 1989, José e Kitty Menendez foram mortos pelos próprios filhos, Lyle e Erik.
Misturando fato e ficção, a série mostra não só a noite do assassinato, mas também as investigações, prisões e condenações dos rapazes. Com a estreia da série, muitos podem se perguntar sobre os verdadeiros relatos dos irmãos a respeito da noite brutal.
Em "The Menendez Murders: Erik Tells All", documentário lançado em 2017 pela A&E, o caçula dos Menendez relembrou o crime que chocou o país.
Com duas espingardas calibre 12, Lyle e Erik surpreenderam os pais, que assistiam televisão na sala de estar da mansão localizada em Beverly Hills, em Los Angeles. Mais de 10 tiros foram disparados, entretanto, as autoridades não apareceram.
Lembro-me de atirar e atirar e não conseguia ver nada. Era só fogo e escuridão e sons de explosão e estrondo. Foi simplesmente terrível. Era como se o inferno tivesse chegado ao mundo e eu só queria fugir e não havia para onde ir", disse Erik.
"Depois, desmaiei na escada. Comecei a chorar e [Lyle] veio e sentou ao meu lado e colocou o braço em volta de mim e comecei a tremer e ele apenas disse que ia ficar tudo bem. Eu me senti enjoado, como se fosse vomitar. Minutos se passaram, pareceu uma eternidade."
Na procura de álibi, os irmãos saíram da residência e esconderam as armas do crime em Mulholland Drive. Depois, voltaram para casa e encararam a realidade.
“Quando chegamos em casa, era só silêncio”, afirmou Erik. “Ainda assim, não havia ninguém lá. Ninguém tinha chamado a polícia. Ninguém tinha aparecido. Estava tudo quieto. Eu só tinha essa necessidade de ir para a sala de estar. Eu tinha essa necessidade de estar com a minha mãe e pai só para vê-los, para estar lá. Eu não conseguia me conter. Quando os vi, eu simplesmente desmoronei. Era tão errado. Isso deveria ter sido eu. E vê-los mortos, foi como o inferno. Foi horrível. Comecei a gritar".
Depois, o irmão, Lyle, o puxou para fora da sala de estar e acionou as autoridades.
"Eu não consegui me conter. Eu simplesmente tinha que voltar para o cômodo. Era o único lugar no mundo em que eu poderia estar, porque eu sentia que o que eu tinha feito era apenas... Eu só queria desfazer. Eu só queria voltar no tempo. Eu não queria que esse momento fosse real. Eu simplesmente desmoronei emocionalmente", continuou Erik.
Em entrevista ao Dateline, também em 2017, Lyle relembrou o momento em que acionou as autoridades.
"Acho que eu estava completamente destruído pelo estresse", afirmou ele a Keith Morrison. "Nós dois estávamos em um estado de trauma e (...) isso transbordou naquela ligação. Tornou muito fácil fazer aquela ligação, realmente".
De um lado, a acusação alegava que os irmãos assassinaram os próprios pais com o intuito de herdar a fortuna. Do outro, a defesa revelou que, na realidade, os rapazes mataram por autodefesa após anos de abuso físico e emocional.
"Há, tipo, 200 a 300 casos de parricídio por ano, onde um pai é morto por um filho. E eles são quase todos relacionados a abuso. E, eles são quase todos resolvidos", afirmou Lyle à NBC. "Este caso eles escolheram como diferente. E eu acho que foi muito fácil, porque era Beverly Hills e meu pai tinha muito dinheiro, para meio que vender essa manchete de que esses irmãos mataram por dinheiro."
Apesar das alegações perturbadoras e testemunhas, incluindo familiares, os irmãos Menendez acabaram condenados à prisão perpétua sem liberdade condicional após dois julgamentos polêmicos.
Após o lançamento da série, que mistura fato e ficção, relatos inéditos dos irmãos Menendez serão divulgados em novo documentário. Lançado pela Netflix, o filme chegará ao catálogo da plataforma de streaming no próximo dia 7.
